Camas da Olímpiada são mesmo frágeis? Uma noite de amor pode atrapalhar os atletas?

Atletas postaram uma série de vídeos sobre os alojamentos e criaram uma trend em que checam a resistência e o conforto do local de descanso

26 jul 2024 - 05h00

As camas da Olímpiada de Paris estão dando o que falar e o que ver. Atletas postaram essa semana uma série de vídeos sobre seus alojamentos e criaram uma trend em que checam a resistência e o conforto, brincando com a questão delas atrapalharem ou não uma noite de sexo.

Na verdade, as cama que são chamadas de antissexo desde Tóquio em 2021, tem sua estrutura feita de papelão por causas ecológicas, e não para evitar sexo. Aliás, a organização dos jogos está distribuindo cerca de 300 mil preservativos para atletas e seu estafe durante a competição. 

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Pelos vídeos parece que os colchões são um pouco mais duros que os habituais, o que tem levado muito atletas a comprarem “pillow tops “ para deixar a cama mais macia. A empresa que fornece o produto explica que eles são feitos de polipropileno (um material plástico) e que tem três camadas que são ajustadas ao biotipo de cada atleta, resultando em uma maciez moderada, firme ou extra firme. 

Mas apesar de não parecem lá muito confortáveis, as camas possivelmente resistiriam a momentos mais quentes de sexo, já que suportaram até mesmo os esportistas pulando intensamente sobre elas.

Para além da brincadeira da cama antissexo, em épocas de grandes competições como Copa do Mundo e Olímpiadas sempre volta a discussão: afinal de contas os atletas podem ou não fazer sexo no período das provas?

Atletas mostram camas 'antissexo' das Olimpíadas de Paris e criam trend
Video Player

Importante pensar em duas premissas básicas para essa resposta:

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  1. A maior parte dos atletas está tão focada em sua preparação e concentração, que fazer sexo deixa de ser uma prioridade para muitos deles, mesmo sendo jovens, saudáveis e cheios de energia;
  2. As pessoas são diferentes. Assim, se para a maioria dá pra ficar tranquilamente sem sexo por semanas ou até meses, para outros fazer sexo (ou ter prazer) quase diariamente é essencial, inclusive há quem use o orgasmo como uma forma de lidar com a ansiedade provocada pelas provas de alto nível das Olimpíadas.

E o que diz a ciência? Há poucos estudos bem estruturados a respeito, mas de uma maneira geral as principais conclusões são:

  1. Não existe uma contraindicação formal ao sexo ou a masturbação nos dias que antecedem uma disputa esportiva, a não ser que a pessoa decida se envolver em uma momento sexual altamente extenuante momentos antes da prova. Daí, o efeito pode ser o mesmo que fazer qualquer tipo de atividade física muito intensa antes de uma prova importante, com o risco do desempenho cair;
  2. Há alguns trabalhos que mostram que o sexo, em um período de preparação para uma disputa, pode até aumentar a liberação de hormônios e transmissores químicos que contribuiriam para uma melhor performance esportiva.

Moral da história: não há uma regra geral. Desde que considerada a individualidade de cada atleta e o bom senso de se respeitar anos de preparação para uma disputa de altíssimo nível como as Olimpíadas, cada um faz o que julga melhor. Claro, tomando cuidado para não quebrar e nem cair da cama de papelão. Bons jogos!

*Jairo Bouer é psiquiatra e escreve semanalmente no Terra Você.

Fonte: Jairo Bouer
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