Artista transforma pneus velhos em camas para pets e faz doações para cães de rua

Aos 24 anos, brasileiro largou o emprego formal para viver da arte: 'foi uma das decisões mais difíceis da minha vida'

1 nov 2019 - 12h34
(atualizado às 12h58)
Amarildo Silva ganha de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês com as vendas e sempre procura ajudar cachorros em situação de rua.
Amarildo Silva ganha de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês com as vendas e sempre procura ajudar cachorros em situação de rua.
Foto: Facebook / Amarildo Silva / Estadão

Amarildo Silva, de 24 anos, mora em Campina Grande, na Paraíba, e reinventou sua vida há um ano ao pedir demissão do trabalho. O jovem abriu seu próprio negócio para vender caminhas de pets fabricadas com pneus velhos.

"Sempre gostei de coisas feitas com materiais recicláveis. Comecei a pesquisar no Google outra forma de ganhar dinheiro e me apaixonei pela arte em pneus", afirma.

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Amarildo recorda que largar um emprego estável para investir no próprio comércio foi uma decisão complicada, mas diz que valeu a pena correr o risco. Hoje, ele não só ajuda o meio ambiente com a reciclagem, como também tem uma renda mensal que varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil, a depender da demanda.

O artesão recebe cerca de 50 pedidos por mês no valor de R$ 100 a R$ 150 e faz entregas para sua cidade e para João Pessoa, capital do Estado. As encomendas podem ser realizadas pelo seu perfil no Facebook, no Instagram e por WhatsApp, mas o sonho do empreendedor é expandir o comércio, abrir uma loja e alcançar todo o Brasil.

Pneus velhos são transformados em camas para pets, assentos e até mesmo lixeiras, como se pode ver ao fundo da foto à direita.
Foto: Facebook / Amarildo Silva / Estadão

O sucesso levou o rapaz a fazer ações caridosas na cidade natal: quando lhe sobra dinheiro e tempo, ele faz camas para os cachorros de rua. Da última vez, montou 15 peças, que lhe custaram cerca de R$ 750. "Quando eu estiver com grana e disponibilidade [de novo], farei outra doação", garante.

Os pneus usados por Amarildo são comprados em borracharias da região na maioria das vezes. Segundo ele, grande parte fica a céu aberto com água acumulada e focos do Aedes aegypti (mosquito da dengue). Veja o antes e o depois:

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Antes e depois.
Foto: Facebook / Amarildo Silva / Estadão

O artesão paraibano se sente um profissional completo, pois faz o que gosta e ganha dinheiro com isso. "Eu não me arrependo de ter pedido demissão. Foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, mas foi depois disso que comecei a construir minha carreira", destaca.

Além das caminhas, ele faz árvore de natal, bonecos e itens de jardinagem e parquinho sem perder de vista sua filosofia sustentável: "amar é reciclar quando muitos descartam."

Criatividade vai além das caminhas: pneus também são usados para paisagismo e brincadeiras infantis.
Foto: Facebook / Amarildo Silva / Estadão
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