Uma nova técnica sexual vem ganhando espaço em hashtags e tendências no TikTok: o “soaking”, ou “imersão”, em tradução livre. O nome se refere a um ato sexual que envolve penetração sem movimento. Isso mesmo, parece inusitado, mas a gente explica.
A ideia surgiu entre jovens religiosos e envolve eliminar o movimento do ato sexual, de forma com que ele não seja considerado uma “relação completa”. Isso permite que o casal preserve uma suposta virgindade, permanecendo celibatários e, de alguma forma, aleguem que não fizeram "sexo de verdade".
"A ausência de movimentos não impede ou dificulta a transmissão de IST’s ou diminui a possibilidade de gravidez"
Em entrevista ao Terra Você, a psiquiatra pós-graduada em sexologia clínica, Cíntia Braga, explica que a prática apresenta os mesmos riscos de qualquer outro tipo de prática sexual que envolva a penetração pênis - vagina.
“A ausência de movimentos não impede ou dificulta a transmissão de IST’s (infecções sexualmente transmissíveis) ou diminui a possibilidade de gravidez. O uso de preservativos continua sendo essencial para a prevenção dessas infecções e gestações indesejadas, e se possível, deve ser combinado com outro método contraceptivo”, ressalta a especialista.
A médica ainda destaca que é importante lembrar que, independentemente da modalidade sexual, sempre deve haver consentimento de ambas as partes e que essa prática também pode ter implicações psicológicas, especialmente para indivíduos que a adotam por razões religiosas ou culturais.
“A percepção de ‘imersão’ como não sendo um ato sexual pode influenciar a forma como a intimidade é vivenciada e interpretada”, diz a psiquiatra.
Prazer em não mover
A médica explica que o prazer sexual é uma experiência subjetiva e varia muito de pessoa para pessoa. Algumas considerações sobre como a penetração sem movimento pode proporcionar prazer incluem a proximidade emocional e a conexão, que podem ser extremamente prazerosas, mesmo sem movimento.
“Outro fator que precisa ser analisado é o contexto da relação e a comunicação entre os parceiros. A preparação adequada e o entendimento mútuo sobre a prática podem contribuir para uma experiência positiva”, diz a profissional.
Para aqueles que desejam experimentar a prática de "imersão”, algumas considerações importantes devem ser feitas. A prática deve ser consensual e todos os envolvidos devem discutir e concordar com a atividade, pois o consentimento informado é crucial para qualquer prática sexual saudável.
A higiene adequada e o uso de preservativos também são fundamentais para prevenir infecções e garantir a segurança da prática, bem como ter expectativas realistas sobre o prazer e a conexão que a prática pode proporcionar.
“Nem todos podem encontrar satisfação na imobilidade, e isso é normal. O casal deve manter uma comunicação clara e aberta, com discussão de expectativas, limites e sinais de desconforto”, conclui a especialista.
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