As primeiras fezes do recém-nascido podem indicar se a mãe ingeriu álcool durante a gestação, aumentando assim o risco de problemas de raciocínio e inteligência na infância e adolescência. As conclusões são de uma pesquisa da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos.
O novo estudo faz parte do Project Newborn (em tradução livre, Projeto Recém-Nascido), que tem analisado por 20 anos quase 400 pessoas nascidas em meados da década de 1990. Para as novas conclusões, a equipe avaliou o mecônio (primeiras fezes do bebê) de 216 participantes e aplicou testes de inteligências aos 9, 11 e 15 anos. Constatou-se uma ligação entre altos níveis de ésteres etílicos de ácidos graxos (grupo de produtos da metabolização do álcool) e menores pontuações de QI (quociente de inteligência).
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“Embora nós já soubéssemos que o uso de álcool pela mãe durante a gravidez pode causar déficits cognitivos, o que é significativo é que o marcador precoce, não disponível anteriormente, previu isso, estabelecendo a validade preditiva de ésteres etílicos de ácidos graxos para determinar a exposição ao álcool no útero”, comentou a líder da pesquisa Meeyoung O. Min.
Algumas características faciais do bebê podem indicar exposição ao álcool durante a gestação, como cabeça e olhos menores e lábio superior fino, mas muitos nascem sem esses indícios e as mães não revelam a verdade. A pesquisadora disse que detectar o problema na hora do nascimento pode levar a intervenções precoces que ajudam a reduzir os efeitos futuros.