Cometer esses erros nas redes sociais acaba com sua imagem

Veja o que você pode estar fazendo errado e que pode prejudicar a sua imagem e afetar as suas vendas

29 jun 2023 - 06h10
(atualizado às 15h10)
Foto: Adobe Stock

Meus artigos publicados no Terra, aliados ao lançamento do meu 4º livro sobre gestão, têm gerado consultas sobre a melhor forma de se posicionar comercialmente nas redes sociais.

Minha experiência em gestão, complementada com mais de 30 anos como sócio de uma das melhores agências de propaganda, a Talent, me permite, no mínimo, sugerir algumas estratégias.

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Hoje a internet responde por um percentual significativo nos volumes de investimento em publicidade, o que tem levado muitas empresas, pequenas ou grandes, a anunciar nessa nova, nem tão nova assim, opção.

Percebo que falta para muitos desses empresários/empreendedores, principalmente os pequenos e micro, uma visão mais profissional não só na forma de anunciar os produtos/serviços, mas também em relação à imagem, que, claro, é uma marca. A marca deles. Na verdade, são duas marcas, a do produto e a do dono do produto, porém, por estarem intrinsecamente ligadas, acabam se transformando em uma única, pois o que acontece com uma reflete na outra.

Com relação a como, o que e onde anunciar, sugiro que se fale com especialistas em mídia e criação. Temos milhares de agências de propaganda, de vários perfis e tamanhos, que podem ajudar na criação de anúncios e principalmente na escolha da mídia adequada. Mídia é técnica, não um processo de escolha por gostar ou não de algum canal. A contratação de mídia através desses profissionais com certeza trará mais segurança e rentabilidade ao investimento.

É importante cuidar da imagem pessoal

Para cuidar da imagem pessoal temos muitos profissionais competentes, tanto nas agências de propaganda quanto fora delas.

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Personalidades sempre foram usadas para avalizar produtos. Hoje temos, além delas, os influencers. De fato, ambos ajudam a alavancar vendas. Mas qual o público deles? Será que seus seguidores terão capacidade financeira para comprar o produto/serviço recomendado? Muitos desses seguidores são apenas fãs, não necessariamente consumidores dos produtos anunciados. Mais uma razão para se ter um especialista.

Do outro lado, o da maioria, identifico alguns perfis: os polêmicos; os interessados em ficar conhecidos; os transmissores de cultura e conhecimentos; e os neutros, que, no máximo, manifestam-se com likes.

O primeiro ponto a ser analisado quando alguém se propõe a interagir nas redes é: qual é o objetivo de se estar nas redes? Ou, como virou moda falar atualmente, qual o propósito?

O Brasil está dividido; qualquer post terá sempre um número significativo de views a favor e quase a mesma quantidade contra, não importando qual o assunto.

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Tem solução? Não. Tem como gerenciar os efeitos? Sim.

Como gerenciar os efeitos

Para os polêmicos é fácil. Publicou alguma coisa, imediatamente vem o resultado. A partir daí é só alimentar as discussões.

Para os demais, que têm interesse nas redes para fins comerciais ou como uma forma de interação e ampliação de amizades e conhecimento, minhas recomendações, baseadas em muito do que já foi publicado sobre o assunto, são as seguintes:

Sua imagem corporativa estará sempre vinculada a sua imagem pessoal, portanto muito cuidado com o que publicar ou comentar.

Liberdade de expressão é direito constitucional. O fato de alguém ser de direita ou de esquerda, ou gostar de algo polêmico ou incendiário, não deve inibir uma publicação ou posição em comentários.

Crie um estilo e procure formatá-lo com um visual gráfico moderno e bonito, para que seus posts tenham uma identidade.

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Seja coerente e dê o direito ao outro de discordar de você. Ser criticado faz parte do jogo e da democracia.

Passe a imagem de uma pessoa segura, com posições firmes, fundamentadas. Os divergentes podem não concordar, mas o respeitarão.

Evite publicar ou opinar sobre assuntos os quais você não domina. Se for inevitável, estude antes o tema; essa é a vantagem das redes. Está tudo lá. Especialmente no Google.

Seja sucinto. No mercado publicitário é comum comunicar-se em 5 segundos, portanto textos longos ou podcasts com mais de 15 minutos, esqueça. Ninguém vai ler ou assistir.

Temas polêmicos exigem uma posição clara e objetiva. Fuja dos clichês.

Evite comentar assuntos no calor da discussão. É muito difícil concordar com opostos, mas, se você tiver um bom argumento, não raivoso, não ofensivo, no mínimo as pessoas vão respeitar ou refletir sobre o que você postou ou contra-argumentou.

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Posts com letras maiúsculas, como já ficou definido nas redes, são falas agressivas. Se você não se considera agressivo, evite essa forma.

Posts com erros de português; vídeos gravados de noticiários da TV, principalmente sem qualidade técnica, sem foco e tremidos; vídeos com chamadas do tipo “me expliquem isso!” ou “olha o absurdo!” podem e vão reduzir sua credibilidade ou piorar sua imagem. Se você não concorda com eles, faça os seus comentários mostrando a razão da sua indignação.

 Só repasse posts de terceiros se você estiver seguro do tema publicado e acreditar que o repasse de fato é importante. Redobre sua atenção às fake news.

 Não entre em bate-boca com divergentes, principalmente nas páginas de terceiros.

Redobre sua atenção a temas polêmicos como: educação no Brasil, política partidária, economia, esquerda, direita, comunismo, terra plana, LGBTQIA+, nortistas, sulistas, racismo, drogas, força policial, complacência jurídica com criminosos, pena de morte. Tem opinião a respeito? Publique-a de forma clara e objetiva.

Evite publicar ou comentar assuntos íntimos ou aqueles que você só abordaria com amigos em mesas de bar, restaurantes ou situações recreativas. Redes sociais são diferentes. Quantos amigos de fato você considera de confiança para se abrir sobre certos assuntos? Conte nos dedos. Lembre-se, seguidores não são amigos.

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Alguns RHs e headhunters sempre dão uma “espiada” nos perfis dos candidatos a emprego. Fique atento mesmo que não seja seu caso no momento.

As redes sociais, quando foram criadas, tinham alguns objetivos muito claros: integração entre pessoas e compartilhamento de conhecimentos e cultura. Será que conseguiremos reverter esse quadro? Acredito que é só tentar.

(*) Antônio Lino Pinto é consultor de gestão e autor dos livros “Pequenas agências, grandes resultados” (2011), “Abri minha agência, e agora?” (2013), “Gestão em agências de propaganda” (2017) e “Gestão para empreendedores” (2022).

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