Como a oração mexe com nosso cérebro?

Muitas religiões, se não todas, possuem o hábito de rezar - que nada mais é do que uma conversa com um ser transcendente ou divino. E independente da forma que você escolhe colocar em prática esse ato, a oração pode mexer com o seu cérebro de uma forma muito positiva. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, […]

10 dez 2024 - 17h13
(atualizado às 19h53)

Muitas religiões, se não todas, possuem o hábito de rezar - que nada mais é do que uma conversa com um ser transcendente ou divino. E independente da forma que você escolhe colocar em prática esse ato, a oração pode mexer com o seu cérebro de uma forma muito positiva.

Foto: Pixabay / Revista Malu

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências, e membro da Sigma Xi, da Society for Neuroscience, e da Royal Society of Biology, explica que a oração influencia diversas regiões do cérebro em paralelo, como o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior e anterior. "Essas regiões do cérebro estão relacionadas à autorreflexão, tomada de decisões e reação a estímulos", pontua.

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Uma troca interpessoal

O especialista explica que estudos de ressonância magnética funcional (fMRI) mostram que a durante a oração, áreas do cérebro responsáveis pelo raciocínio sobre estados mentais de outros (teoria da mente) - tais como a junção temporoparietal e o córtex pré-frontal medial - são ativadas. "Isso sugere que a oração é tratada pelo cérebro como uma forma de comunicação interpessoal, mesmo que com uma entidade não física", completa.

Oração para controle da dor

Outros estudos, de acordo com o pós-PhD em Neurociências: "Mostram que a oração pode modular a percepção da dor através de uma redução da atividade em redes parieto frontais, um processo que ocorre independentemente dos sistemas opióides. Isso indica que a oração pode ajudar na regulação emocional e no controle da atenção, reduzindo a experiência de dor através de mecanismos cognitivos".

Além disso, a oração também regula regiões do cérebro relacionadas ao estresse e emoções, como a amígdala. "Isso faz com que a oração tenha efeito no controle do estresse e melhora do relaxamento."

Por falar em atenção…

Fabiano diz que indivíduos que oram frequentemente mostram um controle aprimorado sobre sua própria atividade cerebral, especialmente em redes ligadas à atenção e controle cognitivo. "Isso sugere que a prática regular de oração pode facilitar uma maior capacidade de neurofeedback. Potencialmente alterando a estrutura e função cerebral de maneira que favoreça a autorregulação e atenção focada", completa.

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Qual a importância no ato da oração?

"Cientificamente falando, a oração é uma espécie de meditação. Principalmente modalidades que envolvem visualização e mantras, isso porque oração é um termo muito amplo e engloba diversas práticas, mas todas mostram benefícios de equilíbrio emocional e de relaxamento, o que ajuda na saúde mental, permitindo um melhor controle do estresse, entre outros. Por isso, mesmo fora do campo religioso, é importante ter um momento consigo mesmo, de reflexão, gratidão, etc., chamando-o de oração ou meditação", responde o especialista.

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