Discutir a relação ainda é um ponto sensível entre muitos casais que estão juntos há meses ou décadas. O acerto de contas nem sempre sai como esperado e as conversas podem evoluir para brigas e até mesmo ressentimentos que perduram entre os envolvidos.
A terapeuta cognitiva e psicóloga especialista em relacionamentos, Juliana Pereira, destaca que a falta de comunicação eficaz - que pode levar a mal-entendidos, frustrações e ressentimentos - está entre os problemas mais comuns nas famosas DR’s.
Questões relacionadas ao dinheiro, como orçamento, gastos excessivos, dívidas e diferentes estilos de gerenciamento financeiro também estão entre os principais motivos de discussões, bem como diferenças culturais, religiosas ou valores fundamentais.
Na lista, também entram problemas relacionados à intimidade e à vida sexual, como a falta de interesse e expectativas não atendidas, divisão de responsabilidades em casa, estresse externo (problemas no trabalho, família ou saúde), falta de confiança e ciúmes excessivo além de questões relacionadas à saúde mental, como ansiedade ou depressão e a falta de tempo para o parceiro.
Como conduzir uma DR
Juliana indica que ambos estejam disponíveis e sem distrações para abordar a conversa e aconselha iniciar o diálogo destacando algo positivo sobre o relacionamento ou expressando seu amor e apreço pelo parceiro.
“É muito importante evitar generalização de problemas, destacar seus sentimentos, dar bons exemplos que façam sentido e estar aberto para entender o lado do outro. Nesse momento de discussão, é muito importante dar espaço e tempo para que o parceiro consiga processar as informações ditas”, afirma a terapeuta.
O que evitar falar para seu parceiro
A especialista explica que críticas diretas à personalidade ou características pessoais do seu parceiro, palavras ofensivas, jogar a culpa exclusiva em cima do parceiro, palavras negativas ou comparação com outras pessoas, desprezar ou ignorar o sentimento do outro e, por último, mas nem por isso menos importante, falar sem pensar, devem ser atitudes dispensadas em momentos de discussão.
“Ao invés de dizer: ‘Você sempre faz isso’, você pode dizer: ‘Eu me sinto magoado quando isso acontece’. Uma outra dica importante é ouvir atentamente o que o parceiro está dizendo, demonstrando empatia e compreensão”, diz Juliana.
A conciliação
Conciliar após uma discussão requer paciência, empatia e uma abordagem construtiva. A psicóloga acredita que, às vezes, é útil dar um tempo antes de tentar resolver a situação. “Isso permite que as emoções se acalmem e que ambos possam abordar a questão de maneira mais objetiva.”
Também é preciso estar disposto a pedir desculpas quando estiver errado, concentrando-se na solução e não no problema, além de estabelecer acordos e compromissos visando uma melhora na relação.
O segredo da longevidade da vida a dois sem brigas e mágoas está na junção de amor, honestidade, carinho, respeito, empatia e equilíbrio entre o pessoal e o compartilhado pelo casal.
“Quem pratica todos esses pontos mencionados consegue conversar de forma apaziguadora, aceitando as diferenças com muito mais tranquilidade. Respeitar a individualidade do outro é um quesito importantíssimo”, destaca a psicóloga.