Enquanto a capacidade da maioria dos cães domésticos é desenvolvida, apenas, para que se comportem, aprendam truques e entendam comandos, há cachorros de algumas raças específicas sendo estimulados em treinamentos que vão muito além da simples obediência – podendo ser usados como ferramentas vivas que fazem a diferença na vida de pessoas com deficiências físicas ou intelectuais.
Os cães-guias são um exemplo perfeito disso, e basta observar a vida de deficientes visuais que contam com a companhia de um destes cachorros para saber como essa ajuda pode ser valiosa. Embora o item faça parte de sua denominação, esses cães não só guiam seus donos como, também, oferecem segurança, proteção e mais oportunidades de socialização aos seus proprietários – aproximando-os, cada vez mais, de uma vida na qual o equilíbrio físico e emocional são presentes.
Labrador e Golden Retriever são, em boa parte das vezes, os escolhidos para funções dessa natureza (já que são cães bastante dóceis e fiéis); entretanto, raças como Pastor Alemão, Boxer e Collie também podem ser igualmente condicionadas nesse tipo de adestramento terapêutico. Selecionados ainda filhotes, os cães-guias recebem treinamentos específicos que são divididos em três fases distintas.
Na primeira, é preciso que o cachorro, ainda filhote, conheça os comandos básicos de obediência e aprenda a viver em sociedade, recebendo bastante amor e carinho de quem quer que sejam seus donos. A partir disso, o dócil cão passa a receber um treinamento mais específico e focado que dura cerca de sete meses – aprendendo a desviar de obstáculos, detectar saídas e entradas de lugares diversos e a identificar objetos e possíveis ameaças, entre outros.
É aí que o cão passa a ser treinado junto com a pessoa que será “guiada” por ele, formando laços afetivos para que se tornem um verdadeiro time em um período de até 21 meses. Quem já viu um cão-guia em ação sabe que a sua ajuda é extremamente benéfica para as pessoas com deficiência visual que, com a companhia do animal, podem realizar tarefas variadas que seriam muito difíceis sem a ajuda do cão – que indica caminhos e afasta perigos enquanto junto ao seu dono.
Ao contrário do que possa parecer, o trabalho dos cães terapeutas também pode ser de muito valor para os deficientes físicos – já que, com o treinamento correto, os cachorros também podem ajudar estas pessoas em variadas tarefas do dia a dia, como abrir e fechar portas, levantar da cama e até buscar um objeto.
Além disso, até mesmo os deficientes intelectuais (como os portadores de Síndrome de Down) podem evoluir muito com a ajuda dos cães que receber treinamentos específicos, podendo aumentar tanto os níveis de confiança como os de socialização e responsabilidade – levando uma vida com mais independência e conquistas.
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Matéria validada pelo Dr. Fábio Toyota (CRMV – SP 10.687), Médico Veterinário formado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Unesp e responsável pelo setor de Oncologia Médica e Cirúrgica em Hospital Veterinário de São Paulo. Dr. Toyota é integrante da equipe de veterinários do portal CachorroGato.