Pesquisas recentes indicam que a curva de felicidade, que historicamente segue um padrão em forma de U — onde a felicidade atinge um pico por volta dos 30 anos, declina na meia-idade e sobe novamente após os 70 anos — pode estar mudando.
David Blanchflower, professor de economia no Dartmouth College e coautor do estudo pioneiro sobre essa curva em 2008, observa que há uma alteração significativa nesse padrão.
Segundo o mais recente trabalho de Blanchflower, em colaboração com Alex Bryson e Xiaowei Xu, a felicidade está começando baixa na juventude e aumentando com a idade, ao contrário do que se via anteriormente.
"Achávamos que era um fenômeno restrito aos EUA, mas estamos vendo isso em todo lugar, e é por isso que estamos alarmados", afirmou Blanchflower à Scientific American.
O estudo analisou dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamentais dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), focando em participantes que relataram estresse, depressão e problemas emocionais durante 30 dias consecutivos. A pesquisa revelou que o grupo etário de 18 a 25 anos está reportando um aumento nos dias de má saúde mental, especialmente entre as mulheres jovens.
Blanchflower destacou que cerca de 11% das jovens mulheres estão em um estado de desespero, um dado que considera particularmente alarmante.
Redes sociais podem ser fator negativo
Embora Blanchflower não tenha certeza absoluta sobre as razões para o aumento da infelicidade entre os jovens, ele sugere que o fenômeno começou antes da pandemia de Covid-19.
A única variável identificada foi a prevalência das redes sociais e dos smartphones, que surgiram como uma possível causa para a mudança no padrão de felicidade a partir de 2014.
Como os jovens podem mudar essa curva
Em entrevista a CNBC, Amber Wimsatt Childs, psicóloga clínica e professora associada do Departamento de Psiquiatria da Yale School of Medicine, deu alguns conselhos para jovens adultos sobre como eles podem ter mais felicidade na juventude.
Decida quais são seus valores e estruture seus comportamentos para alinhá-los
“Temos a tendência de viver nossas melhores vidas quando adotamos comportamentos que estão alinhados com as coisas que fazem parte de nossas crenças profundamente arraigadas”, diz ela.
Fique mais ciente de comparações inúteis e use a comparação para seu benefício
A comparação nem sempre precisa ser algo negativo, observa Wimsatt Childs. Se você usar a comparação para ser mais grato pelo que tem, como ter comida para comer ou um teto sobre sua cabeça, então ela pode ser uma ferramenta útil.
Foco em reduzir os níveis de estresse
Muito estresse pode levar a problemas de saúde, incluindo problemas cardíacos. “Fazer o que puderem para navegar na exposição a todas essas fontes de estresse pode ser útil”, incluindo evitar o uso de mídia social antes de dormir, priorizar a higiene do sono e exercícios.
Ela também incentiva pais e amigos de jovens adultos a se educarem sobre os diferentes desafios e fatores estressantes que pessoas no final da adolescência e no início dos 20 anos enfrentam. Além disso, ela enfatiza a importância de procurar apoio profissional, como terapia, quando necessário.