Celebrado neste dia 15 de agosto, o Dia do Solteiro é uma data para refletir sobre as vantagens de viver uma vida sem relacionamentos românticos. No entanto, apesar do reconhecimento da autonomia e da realização pessoal, é inevitável que a solteirice ainda carregue um estigma negativo, rodeado de preconceitos e de pressões sociais.
Em entrevista ao Terra Você, a psicóloga clínica Larissa Fonseca conta que a sociedade frequentemente valoriza o status de relacionamento como um indicador de sucesso e estabilidade, reforçando a ideia de que estar solteiro é uma condição transitória e portanto, instável.
"Esse tabu persiste devido a normas culturais e expectativas tradicionais que privilegiam a formação de famílias como objetivo central da vida adulta."
Larissa Fonseca, psicóloga
A pressão para cumprir o padrão de “ter uma família” ou “ter um grande amor para toda a vida” é um tema recorrente em filmes, contos de fadas e grandes histórias de sucesso. Essa pressão pode levar uma pessoa a internalizar a ideia de que estar solteiro é uma falha ou algo que precisa ser corrigido, impactando a autoestima e o senso de pertencimento.
A psicóloga destaca que a pessoa estigmatizada por estar solteira pode ter sentimentos de inadequação, solidão e baixa autoestima.
“A pessoa pode sentir-se pressionada a buscar um relacionamento por conformidade social, o que pode levar a escolhas insatisfatórias, aceitação de qualquer pessoa e migalhas afetivas. Isso pode resultar em dependência emocional, tristeza e aumento do estresse, incluindo o desenvolvimento de ansiedade e depressão”, alerta a profissional.
Para lidar com o estigma, a especialista indica cultivar a autoestima e reconhecer o valor intrínseco, independentemente do estado civil. Investir em autoconhecimento, construir uma rede de apoio sólida e encontrar propósito em outras áreas da vida, como carreira, hobbies e amizades, são estratégias eficazes para alcançar satisfação pessoal sem a necessidade de um relacionamento amoroso.
“Devemos buscar relacionamentos quando estamos inteiros, sabendo nossos limites e, principalmente, quando a pessoa nos deixa mais felizes do que já estamos."
"Se não conseguimos encontrar felicidade por conta própria, buscar uma outra pessoa pode levar a uma dependência emocional e relacionamentos disfuncionais”, conclui a psicóloga.