É possível ser feliz no casamento? O que leva ao término

Uma pesquisa nacional sobre relacionamentos conjugais revelou que 70% dos casais não vivem bem seus matrimônios.

19 abr 2023 - 16h02
(atualizado às 16h43)

Uma pesquisa nacional sobre relacionamentos conjugais revelou que 70% dos casais não vivem bem seus matrimônios: 65% são infiéis e apenas 20% têm desejo por seus parceiros depois de 15 anos juntos.

Contudo, isso não deve surpreender os profissionais que escutam as queixas mais comuns em seus consultórios sobre as crises nos relacionamentos, já que o casamento é o principal motivo da insatisfação da vida atual.

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Antigamente, a separação era vista com maus olhos para a sociedade e para muitas religiões. Era necessário viver de aparência, mesmo que infeliz no casamento, pois só assim não seria julgado pela família ou comunidade.

Emancipação das mulheres mudou o jogo

Porém, desde a emancipação das mulheres, há uma busca incansável pela igualdade, pelos diálogos abertos sobre sexualidade, além dos adventos tecnológicos que possibilitam uma comunicação em massa.

Entramos em uma era onde o casamento não é mais uma obrigação do "estar casado, mesmo que infeliz".

Mais individualidade, menos dependência

As pessoas estão mais exigentes, mais individualistas, com maior independência emocional e financeira - e isso tudo favorece para a não submissão e por não se permitirem estar em relações que só subtraem.

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Com exceção de um relacionamento onde envolve dependência emocional, financeira e relação abusiva, muitos repensam o quanto aquela forma de se relacionar faz sentido.

Desafio está em não projetar

É preciso entender que existe uma face oculta quando nos relacionamos com alguém:  fazemos o outro acreditar que gostamos dele exatamente do jeito que ele é.

Portanto, sem necessidade de modificação em um primeiro momento, mas no inconsciente trazemos expectativas de que o par ceda aos nossos caprichos, vontades, anseios e renúncias como se fosse um contrato secreto - e quando isso não ocorre, gera o conflito conjugal.

É preciso que o ser humano entenda que as necessidades e expectativas que possuírem serão satisfeitas parcialmente em um relacionamento.

Por isso, não adianta trocar de esposa ou marido - a rotina sempre vai existir, pois ela é inerente ao casamento.

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Fracasso está na tentativa de mudar o outro

O que deve ser enfatizado é que diante de um fracasso conjugal, nem sempre a solução é trocar o parceiro, mas sim mudar a forma de se relacionar. E para que isso ocorra, é necessário que cada um reveja seu comportamento na relação.

Entenda as relações -
Entenda as relações -
Foto: Shutterstock / João Bidu

Não se deve responsabilizar o outro pelo sofrimento ou frustração na relação, pois ela não "adoece" sozinha. Quando a vida imaginativa é muito diferente da vida real e a pessoa não se reconhece como responsável, é natural que a relação fique incomunicável - e é nesse momento que a terapia de casal auxilia bastante.

Para o sucesso de um casamento é necessário cumplicidade, respeito à individualidade e admiração. O amor só não basta é preciso atitude, pois um deve ser um complemento e não extensão do outro.

Não é fácil construir e manter uma família, mas é preciso reconhecer as falhas e as virtudes de cada um. Compreender que existirá desequilíbrio em algum momento e, principalmente de que não há relação perfeita, são duas pessoas imperfeitas tentando acertar e juntas podem superar diversos desafios. Tem que acreditar e sentir que vale a pena.

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