Há poucos dias, "Jin Young-hae", uma mãe sul-coreana explicou à BBC, sob condição de anonimato, o que a levou a — de forma totalmente voluntária — vestir um macacão azul e passar horas e mais horas confinada numa cela minúscula, não muito maior que um armário, e no qual não tinha companhia, celular ou computador.
Sozinha, com seus pensamentos. A única ligação com o exterior de sua peculiar prisão era o pequeno buraco aberto na porta por onde, de vez em quando, a sua comida era entregue.
Parece estranho, mas existe uma palavra que explica isso: hikikomori.
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Objetivo: isolar-se do mundo
A escolha de Jin pode parecer extravagante, mas ela não é a única a tomar uma decisão semelhante na Coreia do Sul. A BBC conversou com outros presos voluntários. Além de exigirem anonimato, todos compartilham duas características fundamentais:
- A primeira: são pais de jovens entre a adolescência e os trinta anos
- A segunda: decidiram participar de um programa especial que os mantém confinados por um curto período em celas de isolamento
E esta última palavra pode ser entendida no seu sentido mais literal. Jin e o resto dos participantes ficam em quartos minúsculos onde não podem nem levar celulares.
Mas por que?
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