Forçar crianças a beijar familiares pode ser prejudicial, diz especialista

9 jan 2014 - 20h17
<p>Especialista acredita que forçar as crianças a beijar seus avós pode diminuir os limites do que é aceitável no que diz respeito ao contato físico</p>
Especialista acredita que forçar as crianças a beijar seus avós pode diminuir os limites do que é aceitável no que diz respeito ao contato físico
Foto: Getty Images

Não há dúvidas de que às vezes é difícil conseguir que as relutantes crianças deem um grande beijo nos avós ao chegar a uma reunião de família. Mas, de acordo com especialistas em educação sexual, isso não é exatamente uma coisa ruim. As informações são do site do jornal Huffington Post.

Segundo Lucy Emmerson, coordenadora do Sex Education Forum, da Inglaterra – uma autoridade nacional em educação sexual e de relacionamento –, forçar as crianças a beijar seus avós pode diminuir os limites do que é aceitável no que diz respeito ao contato físico, em vez de ensinar as crianças sobre como demostrar afeto apropriadamente.

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A especialista afirma que se deve incentivar os filhos a mandar beijos, mas sempre na tentativa de ajudá-los a evitar a exploração sexual. Em suma, ela enfatizou que as crianças precisam entender a importância do consentimento e do fato de que seus corpos só pertencem a elas mesmas. Os pontos de vista de Lucy, publicados em uma fonte de pesquisa online para professores, foram duramente criticados.

Normal Wells, diretor do Family Education Trust, disse ao jornal Daily Mail que crianças e adolescentes estão aptos a reconhecer que existe diferença entre um beijo autoconsciente – e, ocasionalmente, relutante – de um tio ou tia, na bochecha ou na mão, e a aceitação de avanços sexuais contra a vontade. Outra crítica, Margaret Morrissey, do grupo Parentes Outloud, chamou a recomendação de “ridícula”. Ela afirma que beijos nos familiares fazem parte da construção de famílias fortes e carinhosas.

No entanto, Lucy insiste que encorajar as crianças a apenas jogarem beijos ou apertarem as mãos podem torná-las menos vulneráveis à exploração e ao abuso sexual no futuro.  "Se não conseguirmos criar uma cultura de consentimento para o contato físico todos os dias, isto certamente será uma tarefa difícil em situações sexuais", reforça.

Para a profissional, aprender sobre consentimento começa na “idade zero”. “Muito do que é aprendido por crianças pequenas vem das experiências do dia a dia, sobre se a sua opinião é válida ou se elas têm algum controle sobre o contato físico com os outros”. Uma pesquisa recente, feita pelo Sex Education Forum, mostrou que aproximadamente 1 em cada 3 crianças não aprendeu sobre consentimento sexual na escola.

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Mesmo assim, muitos especialistas em família têm enfatizado nos últimos anos a importância do papel dos avós na vida de uma criança. Um estudo lançado em 2013 mostrou que tanto avós quanto netos adultos que se sentem emocionalmente próximos um dos outros mostraram menos sintomas de depressão.  

Fonte: Terra
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