Ikigai: Livro explica a 'filosofia japonesa' de 'estar sempre ocupado' que é associada à longevidade

Em 'Ikigai: O Segredo Japonês Para Uma Vida Longa e Feliz', os autores abordam seu significado, mostram relatos de pessoas que já ultrapassaram os 100 anos e dão dicas para os leitores encontrarem um novo propósito a cada dia

14 out 2024 - 14h40
(atualizado em 5/11/2024 às 15h48)

A ilha de Okinawa, no Japão, é mundialmente conhecida por sua população longeva. Lá, para cada grupo de 100 mil habitantes, cerca de 24 já passaram dos 100 anos de vida. Vários fatores, como dieta, estilo de vida e a genética, contribuem para este fenômeno. Mas, uma palavrinha está especialmente relacionada a tudo isso: ikigai.

O que é ikigai?

Ikigai pode ser traduzido como "a felicidade de estar sempre ocupado", explicam os escritores Héctor García e Francesc Miralles no livro Ikigai: O Segredo Japonês Para Uma Vida Longa e Feliz, que acaba de ganhar nova edição pela Intrínseca. No volume, os autores contam como essa filosofia japonesa pode motivar os leitores a acordarem com um novo propósito a cada dia.

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Os escritores defendem que o ikigai não é apenas um conceito teórico, mas uma prática que pode transformar vidas. Para provar isso, o livro traz uma reunião de relatos de pessoas que já assopraram mais de 100 velinhas. Estes depoimentos revelam como o ikigai de cada um pode ajudar a viver plenamente e levar as pessoas a uma vida longa e feliz.

Cinco dicas práticas para encontrar o seu ikigai

O ikigai está escondido em cada um de nós e é necessária uma investigação paciente para encontrá-lo, dizem os autores. Abaixo, confira cinco dicas para você encontrar o seu ikigai.

  1. Contribua com sua comunidade: Um dos segredos dos habitantes da ilha é a sensação de pertencimento. Desde pequenos, eles são incentivados a praticar o yuimaaru, trabalho em equipe que os ensina a ajudar uns aos outros. Para eles, o envolvimento em grupos e causas pode aumentar seu senso de propósito e felicidade.
  2. Exercite-se e mantenha-se ativo: Okinawa é a única província do Japão sem trens. Isso obriga os seus habitantes a caminhar. Estão sempre em atividade, mesmo depois da aposentadora. "Aposentar", inclusive, é um verbo que não existe na língua japonesa. As pessoas, depois que se retiram da vida profissional, seguem fazendo aquilo de que gostam, ou seja, encontram e praticam o seu próprio ikigai, a "felicidade de estar sempre ocupado". Encontrar o ikigai, então, tem a ver com isso: manter-se ativo e descobrir atividades, sem medo de explorar novos hobbies e interesses.
  3. Cultive relacionamentos: Invista tempo em amigos e familiares, pois a interação social é vital para uma vida feliz. Criar e nutrir laços significativos com as pessoas ao nosso redor é essencial para nos ajudar a encontrar nosso ikigai.
  4. Viva sem pressa: "Sem pressa, vive-se muito mais", declarou um dos centenários entrevistados por Héctor e Francesc. Na filosofia do ikigai, a pressa é inversamente proporcional à qualidade de vida. Ao abandonar a urgência, encontramos um novo sentido para o tempo e para a vida.
  5. Coma menos, mas variado: Um estudo com os centenários de Okinawa mostrou que eles consomem 206 alimentos diferentes de forma regular. Em média, 18 alimentos diferentes por dia. Além disso, ingerem menos calorias por dia do que a média do resto do país. Existe até uma expressão na língua local para isso: hara hachi bu, cujo princípio é "quando sentir que está quase cheio e poderia comer mais alguma coisa, não coma!".

Adotar a filosofia do ikigai, defendem os autores, pode ser um passo transformador para aqueles que buscam não apenas uma vida longa, mas também plena de significado e propósito. Ao integrar os princípios do ikigai no dia a dia, eles dizem, é possível descobrir novas formas de felicidade e satisfação que vão além da longevidade física. O ikigai é um convite para que todos nós encontremos o que nos faz vibrar, o que nos dá sentido e, assim, construirmos uma vida mais rica e gratificante.

Ikigai: O Segredo Japonês Para Uma Vida Longa e Feliz

  • Autores: Héctor García e Francesc Miralles
  • Tradução: Elisa Menezes
  • Editora: Intrínseca (208 págs,. R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book)
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