Lula, Murilo Huff: há momento ideal para amar novamente após o luto?

Famosos e anônimos são unidos pela semelhante experiência de lidar com a perda de quem amam; especialistas orientam como agir

18 mai 2022 - 05h00
(atualizado em 21/5/2022 às 21h48)
O relacionamento entre Lula e Janja é o primeiro desde que ele ficou viúvo após a morte de Marisa Letícia, em 2017
O relacionamento entre Lula e Janja é o primeiro desde que ele ficou viúvo após a morte de Marisa Letícia, em 2017
Foto: Reprodução/ Twitter: @JanjaLula

Seguir em frente depois de perder o companheiro ou a companheira não é das tarefas mais fáceis. Famosos e anônimos são unidos pela semelhante experiência de lidar com o luto e continuar com os sonhos e planos antes compartilhados.

Entre as figuras públicas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se casou com Rosângela Silva na quarta-feira, 18, cinco anos depois da morte de Marisa Letícia, sua segunda esposa. O sertanejo Murilo Huff, por sua vez, está "conhecendo melhor" a médica Nicole Melo, cerca de seis meses após a morte de Marília Mendonça, em um acidente de avião. 

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Os dois cantores não estavam mais juntos quando a fatalidade aconteceu, no entanto, eles estavam separados há apenas dois meses, e tinham um filho de um ano de idade, Leo. Murilo foi também uma das pessoas que mais lamentou a perda de Marília Mendonça.

O recomeço que estampa os jornais é vivenciado também entre anônimos. O professor cearense Ádamo Mesquita lembra que se perguntou como seria a vida sem o namorado. João Jaime morreu em um atropelamento que ambos sofreram na Colômbia, em 2020. 

O cantor Murilo Huff já havia se separado de Marília Mendonça antes da morte dela, em novembro do ano passado
Foto: Reprodução/ Instagram: @murilohuff

"Quando a pessoa que você está junto vai embora de uma forma tão trágica, não é somente ela que vai embora, é uma parte sua que vai embora. Você divide planos, sonhos, momentos e até amigos com ela… Tudo isso vai embora com ela", lembra Ádamo.

Para o professor, restou a alternativa de usar o período de luto para conhecer melhor a si mesmo, se entender como um indivíduo. A terapia foi uma grande aliada, mesmo que o processo de luto não seja nada simples.

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Quando voltar a se relacionar?

Seis meses, cinco anos ou até uma vida inteira… Não há uma data certa para voltar a se relacionar novamente com alguém. O neurocientista cognitivo Álvaro Machado Dias afirma que antes de perguntar como devemos seguir em frente, é necessário saber se devemos seguir em frente.

"Se a perda envolve a necessidade de ressignificar a vida como um todo, então, o melhor a fazer é não tentar seguir em frente de primeira, mas, dar-se um tempo para processar os sentimentos emergentes e para planejar o futuro com calma e segurança", explica. 

Na avaliação do especialista, a pausa entre um relacionamento e outro é importante para que a nova relação não fique em segundo plano. O professor Ádamo Mesquita, por exemplo, passou dois anos tentando se restabelecer até decidir se envolver de forma mais séria com alguém. 

O professor Ádamo e o atual namorado, Rodrigo
Foto: Reprodução/ Acervo

Para ele, a maior dificuldade foi lidar com o fato de que seu relacionamento anterior não havia acabado. 

"Você fica com aquele embate filosófico: até onde eu posso fazer alguma coisa? Mas a gente tem que compreender que a vida segue, o mundo não vai parar para que você possa se reconstruir", pondera.

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A babá Marcia Santos de Paula sabe bem o que é isso. Ela perdeu o primeiro marido para um câncer há 12 anos. Mas não houve tempo para lamentar o fim dos 23 anos de casamento que renderam três filhos para o casal.

A realidade não demorou a cobrar a conta.

"Não tive muito tempo para pensar no luto. Era mais lutar mesmo; lutar para poder estar perto dos meus filhos, para trabalhar, para pagar o aluguel", conta.

Viver faz parte

Ter que lidar com a própria vida também faz parte do luto, de acordo com a psicóloga Isabele Soares Ferreira, que estuda intervenções psicológicas em situações de crises, perdas e luto. Segundo ela, não há um tempo ideal para seguir em frente ou até recomeçar a vida amorosa. No entanto, é preciso integrar a perda à vida.

"Às vezes precisamos sair para trabalhar, ou 'somos forçados' a resolver questões burocráticas, e, quando voltamos, somos colocados frente ao vazio novamente. É na tentativa de se reorganizar em um mundo desconhecido, enfrentando a dor da ausência e os inúmeros desafios dia após dia, que a perda vai se integrando à vida", reforça.

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Hoje a Marcia divide sua vida com o Reginaldo
Foto: Reprodução/ Acervo

Foi o que a Marcia experimentou no novo relacionamento, que já dura dois anos. Ela não queria outro casamento, mas, ao perceber que os filhos estavam tomando seus próprios rumos na vida, decidiu que precisava se dedicar à própria felicidade. 

"Você nunca pensa que vai encontrar alguém que te faça se sentir feliz novamente até que um dia você encontra essa pessoa e fica pensando: 'Porque não tentar?'", confessa.

Fonte: Redação Terra
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