Atualmente, estamos acompanhando o resultado de uma geração que não teve a educação correta na infância. Diariamente, seja nas redes sociais ou na vida real, nos deparamos com adultos mimados que manifestam traços de imaturidade emocional. Mas como reagir a eles, especialmente se quiserem discutir com você? Para descobrir, perguntamos para o neurocientista Fabiano de Abreu. Veja abaixo:
O que gera adultos mimados?
Em muitos casos, segundo o especialista, o adulto mimado é aquele que não desenvolveu habilidades de autorregulação emocional suficientes na infância. "Fatores como superproteção, permissividade excessiva ou ausência de limites claros podem contribuir para que, ao longo da vida, o indivíduo continue reagindo à contrariedade de maneira que o fazia quando criança. Ou derivado a transtornos de personalidade dramática, como o narcisista, borderline, entre outros, também revelam este tipo de comportamento", explica.
O tratamento na infância
A forma como uma pessoa é tratada na infância molda significativamente o comportamento dela na vida adulta. "Se uma criança cresce em um ambiente onde as regras não são claras, ou são constantemente quebradas ao seu favor, ela pode internalizar a ideia de que suas necessidades são mais importantes do que as dos outros. Isso alimenta um senso narcísico e dificulta o desenvolvimento de resiliência. A capacidade de lidar com frustrações e adaptar-se à situações vai estar prejudicada. Além disso, a ausência de experiências que ensinem a lidar com o não ou a superar contrariedades resulta em explosões emocionais ou atitudes inadequadas quando adulto", detalha.
O que fazer ao se deparar com um adulto fazendo birra?
De acordo com o neurocientista, quando se deparar com adultos mimados no seu dia a dia, o melhor a fazer é lidar com a situação de forma assertiva e equilibrada. "É essencial não reagir com a mesma intensidade ou tipo de emoção. Responder à uma atitude descontrolada com paciência e firmeza pode ajudar a acalmar a situação. Manter a postura de que as regras e direitos, no geral, são fundamentais para a convivência. É importante não alimentar o comportamento dramático, evitar confrontos diretos ou entrar em debates improdutivos pode amenizar o impacto emocional do momento", aconselha.
Por fim, ele indica a tentar entender a motivação por trás da reação. Isso pode trazer clareza à situação. "É valioso dar bom exemplo, demonstrar controle emocional diante de um conflito. Esta é uma forma eficaz e inteligente de reforçar a importância da maturidade e da empatia das interações humanas", conclui.