A declaração da atriz estadunidense Rachel Bilson, de que não havia tido orgasmo por meio de penetração até os 38 anos, gerou grande repercussão. A atriz estadunidense, atualmente com 41 anos, trouxe o assunto no seu podcast, o "Broad Ideas with Rachel Bilson".
No episódio, ela era acompanhada pela comediante Whitney Cummings, que relatou também ter passado por isso.
A vivência das artistas não é rara. Para a mestra em Sexologia e mentora sexual Katiuscia Leão, isso é reflexo de uma sociedade que criava meninas com estímulos para as obrigações — cuidar dos filhos e do lar —, e os meninos com estímulos ao prazer e à ambição.
"Quando ela chega na fase adulta, a prioridade é família, não é prazer. O prazer da mulher precisa ser despertado e muitas vezes ela não encontra um parceiro pra isso", analisa a sexóloga ao falar de relações heterossexuais.
No caso de Rachel Bilson, dias após a repercussão de sua primeira declaração, a atriz resolveu se esclarecer em um outro podcast. Na ocasião, ela argumentou que não havia nenhum parceiro sexual responsável por seu orgasmo tardio e trouxe o problema para si e seu, à época, desconhecimento sobre o próprio corpo.
Ao analisar o cenário de modo geral, Katiuscia avalia como responsabilidade de todos. "A mulher precisa conhecer o corpo dela pra saber onde ela sente prazer", frisa a sexóloga. Eu falo que quando a mulher tem orgasmo, ela vê o mundo como se fosse um arco-íris, ela deixa de ficar com raiva por pouca coisa, tem muitos benefícios".
A especialista recomenda que as mulheres se toquem e descubram suas zonas erógenas também sozinhas antes de deixar seu prazer inteiramente na mão dos parceiros.
Dica para os homens
Mas essa conta ela divide com os homens. A sexóloga pontua que muitos homens, desde sempre estimulados a ter prazer, se sentem alvoroçados diante do ato sexual. Resultado: querem partir logo para a penetração sem que a mulher esteja pronta para esse momento.
"Aí muitas mulheres não gozam", aponta Katiuscia. Para ela, o papel deles nesse sentido é deixar a pressa de lado e investir na conexão, no contato físico — toque, beijo, por exemo — para além das genitálias.
