'Tolyamor' é relacionamento baseado em tolerar a traição; você toparia?

Nova dinâmica de relacionamento permite que um ou ambos os parceiros tenham contato sexual com outras pessoas com o conhecimento do outro

19 jun 2024 - 10h17
'Tolyamor': a nova forma de se relacionar baseada em tolerar a traição
'Tolyamor': a nova forma de se relacionar baseada em tolerar a traição
Foto: Getty Images

Depois do poliamor, do relacionamento aberto e da não-monogamia, mais um termo chegou para aumentar o vocabulário das relações modernas: é o "tolyamor", expressão que combina as palavras "tolerar" com "amor".

Cunhado pelo colunista e podcaster Dan Savage, o termo refere-se a casais que toleram que um ou outro parceiro tenha experiências sexuais ou românticas fora da relação, consensualmente. 

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“É quando alguém fecha os olhos para uma breve traição após anos de casamento. Eles são capazes de se concentrar em todas as maneiras pelas quais seu cônjuge demonstra seu compromisso e seu amor. E todas essas outras maneiras compensam ou tornam tolerável à 'trapaça' que pode estar acontecendo. Essas pessoas não são tolas ou ingênuas. Eles não são dignos de pena – eles sabem no que se inscreveram e há muito tempo fizeram as pazes com o que conseguiram. Eles estão dispostos a tolerar isso – uma certa parte disso – reconciliados com isso, dispostos a tolerar isso. Eles são, em uma palavra, muito amorosos", resumiu Dan em um episódio do seu podcast. 

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Em entrevista ao Huffpost, a pesquisadora de relacionamentos, coach e autora do livro “What Is Compersion?” ("O que é Compersão?", em tradução livre), Marie Thouin, resumiu tolyamor desta forma: “Tolyamor é um estilo de relacionamento em que um ou ambos os membros de um casal socialmente monogâmico não fazem vista grossa às relações sexuais que seu parceiro está tendo – ou teve – com outra pessoa, a fim de manter o relacionamento. Um ou ambos toleram o comportamento não-monogâmico do parceiro, mas não o endossam abertamente.”

É tipo um relacionamento aberto não-assumido. A pesquisadora cita o exemplo de Hillary e Bill Clinton para reforçar o argumento. Mesmo depois que a infidelidade de Bill foi expostas, os dois permaneceram juntos como "casal socialmente monogâmico". “Eu levantaria a hipótese de que esse tipo de situação acontece comumente”, diz a coach. 

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Ainda, para a educadora poliamor Leanne Yau, a existência do tolyamor mostra como muitas pessoas não estão dispostas a se comunicar abertamente em suas relações e como têm medo de expressar os seus verdadeiros desejos ao seu parceiro. Como terminar um  relacionamento costuma ser bastante complicado, muitos casais praticam o tolyamor em vez de se separar.

“As pessoas dependem umas das outras para cuidado mútuo, segurança financeira e segurança emocional. E mesmo quando a dinâmica de poder está do lado saudável e igualitário, abandonar relacionamentos costuma custar muito caro – material e pessoalmente", finalizou Marie Thouin.

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Fonte: Redação Terra Você
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