Veja dez 'cantadas furadas' usadas para conhecer pessoas

Bancar o apaixonado e muita ostentação estão na lista de abordagens que não dão certo em bares, baladas e redes sociais

22 nov 2014 - 09h37
(atualizado às 09h46)
Ao querer despertar o interesse do outro, é comum falar de histórias, experiências, viagens, objetos pessoais
Ao querer despertar o interesse do outro, é comum falar de histórias, experiências, viagens, objetos pessoais
Foto: J. Wilds/Keystone/Getty Images / Getty Images

A polêmica viagem ao Brasil do suíço Julien Blanc - aquele que ia dar um curso de pegação considerado machista e violento - acendeu o debate: afinal, o que dá certo em uma primeira conversa com um completo desconhecido?

Diante dessa pergunta que certamente tem infinitas respostas, o Terra foi na contramão. Chegou a uma lista de cantadas que não funcionam por todo o País. Confira dez delas abaixo.

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Cantadas batidas

Nada contra as cantadas - aquelas frases engraçadas e planejadas que quase sempre querem fazer o outro rir. Várias pessoas ouvidas pelo Terra disseram que esse tipo de abordagem é válida, desde que seja criativa. Mas quando a estratégia é perguntar se ele ou ela é um anjo que caiu do céu ou se existe um padeiro na família, fica mais difícil de agradar.

Eu te amo

O desastrado Ted Mosby, protagonista do seriado How I Met Your Mother, passa nove temporadas procurando sua alma gêmea. E começa mal a busca: teve a infeliz ideia de dizer “eu te amo” em um primeiro encontro com Robin Scherbatsky, outra personagem da série.

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Para quem acha que isso só acontece na televisão, a estudante Fernanda Luiza da Silva, de Gaspar, Santa Catarina, conta que já passou pela mesma situação em várias festas. “Uma coisa chata que acontece é alguém chegar na menina e dizer que ela é a mais bonita da festa, ou que se apaixonou de cara. A gente sabe que não é de verdade”. E o final feliz quase nunca aparece.

Não tomar uma atitude

O primeiro contato com alguém em uma festa, quase sempre começa com um olhar - é quando a linguagem corporal e a aparência contam mais que tudo. Mas ficar encarando a noite toda sem tomar uma atitude não leva a nada, não é?

Kissia Bertoluci, estudante de Engenharia Metalúrgica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, acredita que ferramentas como Facebook, Tinder, Instagram e Twitter deixaram as pessoas mal acostumadas. “Vejo que hoje é mais difícil de ver gente chegar na balada. O pessoal está com receio de levar um fora”, diz. O ato de “curtir” ou “descurtir” em aplicativos como o Tinder, por exemplo, é prático e feito quase somente pela aparência das pessoas - e isso estaria contribuindo para a preguiça quando o negócio é cara a cara.

Ostentar demais

Ao querer despertar o interesse do outro, é comum falar de histórias, experiências, viagens, objetos pessoais. Mas tudo isso não pode parecer uma mostra de superioridade ou quer chamar atenção demais. “A gente valoriza quando a conversa sai mais natural. Tentar impressionar não rola”, conta Mariana Júdice de Mello, estudante de Ciências Econômicas da PUC-SP. Para ela, não é proibido falar sobre uma viagem ou uma festa passada, desde que seja em tom aceitável.

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Entrevistas de emprego

O cara avista a parceira perfeita na balada, toma coragem de ir até ela, estufa o peito e caminha lentamente pela pista - se esquivando de cotoveladas, esbarrões e copos. Na hora de dizer alguma coisa, não pensa em nada criativo. Perguntar o nome dela, onde estuda e trabalha, parece a única opção. A conversa se torna quase uma entrevista de emprego - e decepciona quem espera um papo criativo e interessante.

Quando os assuntos são formais demais, é difícil de desenvolver uma boa conversa, diz a estudante da UFRGS,  Kissia Bertoluci. Para ela, é muito mais eficaz tentar “ganhar a menina na risada”, com uma ou duas piadas, antes de fazer essas perguntas - chatas, mas necessárias.

Os assuntos padrões, logo de cara, são negativos pelo fato de que qualquer um pode fazer o mesmo, justifica Natan Peres, 21 anos, de Rio Branco, Acre. “Acho que falar de um hobby é mais interessante, tentar descobrir o que ela gosta e você também”, afirma.

Bancar o apaixonado e muita ostentação estão na lista de abordagens que não dão certo em bares, baladas e redes sociais
Foto: Andrew Burton / Getty Images
Bêbado

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Alexa Lemos, estudante de biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, diz que não descarta uma conversa menos criativa. A justificativa é que isso ao menos mostra interesse em conhecer o outro. A pior atitude, segundo ela, é o pretendente tentar um beijo sem a intenção de descobrir ao menos quem é a pessoa à frente.

E o álcool pode agravar a situação, relata Marcella Biamante, estudante de Ciências Econômicas da PUC-SP. “Em balada, o pior problema é aquele cara bêbado que tenta agarrar a qualquer custo. Esse é o pior de todos!”, conta. A reação da moça, nesses casos, pode ser até um tapa, se for necessário. Evitar fazer algo do tipo, além de contar pontos com ela, preserva o rosto.

Buzinar, gritar na rua, ser violento

O suíço “instrutor de pegação” Julien Blanc bem que tentou fazer o curso polêmico no Brasil, mas acabou tendo o visto negado por ser considerado machista e violento. Mas não é só esse tipo de atitude que causa indignação, sobretudo ao público feminino: buzinar e soltar “elogios” grosseiros na rua também estão na lista. E, fala sério, alguma vez isso deu certo?

O que vier é lucro

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Se os relacionamentos seguissem uma lógica matemática, certamente quanto mais pessoas você cantasse na balada, mais teria sucesso. No entanto, quando é nítido que se tentou ficar com praticamente todas em uma festa, pode não ser uma boa ideia, segundo Kissia Bertoluci, de Porto Alegre. “Mostra que a pessoa é muito vulnerável”, afirma a estudante. “Às vezes, focar em (conquistar) uma vai produzir resultados muito melhores do que chegar em várias.”

Oi? E aí? Tudo bem?

As redes sociais também servem para conseguir estabelecer um contato íntimo com desconhecidos. O maior benefício é que permitem pensar mais as frases antes de abordar uma pessoa. Mas isso não é seguido à risca. Segundo Marcella Biamante, estudante da PUC-SP, é comum os “caras” pressionarem demais logo no início, enviando mensagens a toda hora - o que acaba se tornando chato.

Sou muito ocupado

Provavelmente você já ouviu que a espera aumenta o interesse, ou então que “se fazer de difícil” é positivo: mas não abuse. Se por um lado atolar a caixa de mensagens do outro demonstra desespero, esperar horas para responder perguntas simples - deixando nas entrelinhas que é ocupado e desapegado - tira a paciência de qualquer um.

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Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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