A síndrome conhecida como Covid longa é capaz de comprometer a qualidade de vida de pessoas de todas as faixas etárias por meses após a infecção pelo coronavírus. O estudo publicado neste mês de fevereiro na revista da American Academy of Pediatrics analisou os efeitos dessa condição em crianças.
Conduzido por pesquisadores do Hospital Infantil do Colorado, nos Estados Unidos, o artigo analisou diversos estudos sobre a Covid longa em crianças. Os resultados indicam que fadiga e mal-estar são os sintomas mais frequentes da Covid longa em crianças.
De acordo com os cientistas, esses sinais ainda podem estar acompanhados de fraqueza, dor de cabeça, falta de ar, dificuldades de concentração ou confusão mental e sonolência ou alterações de humor.
Tais sintomas geralmente são desencadeados por atividades físicas ou cognitivas. Essa condição tem sido chamada de mal-estar pós-esforço (PEM) e pode afetar a participação das crianças em atividades escolares ou recreativas.
“O mal-estar pós-esforço se manifesta como uma piora dos sintomas e da função do paciente após exposição a estressores físicos, cognitivos, emocionais ou ortostáticos que antes da doença eram tolerados. O PEM é uma exacerbação ou recidiva dos sintomas que ocorrem como resultado da atividade física”, explicam os autores do estudo.
Embora a maioria dos sintomas melhore dentro de um ano, alguns casos podem persistir por mais tempo ou resultar em problemas respiratórios e cardiovasculares duradouros. Os pesquisadores também consideram a possibilidade de diagnóstico de diabetes e outras doenças autoimunes após infecção por Covid, embora isso seja mais raro.
O que é a Covid longa?
De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covid longa se refere à persistência ou ao surgimento de novos sintomas físicos até três meses após a infecção inicial. Ainda não existe um tratamento único para a Covid longa. Os procedimentos podem ser definidos conforme as necessidades individuais de cada pessoa.