Endometrite: entenda o que é essa inflamação dentro do útero

A doença, que não tem relação com a endometriose, é provocada por bactérias e precisa ser tratada com antibiótico. Saiba mais!

8 dez 2023 - 11h17

Você já ouviu falar em endometrite? Recentemente, a atriz Fernanda Paes Leme, que está esperando seu primeiro bebê - uma menina que se chamará Pilar - compartilhou nas redes sociais que, antes de engravidar, precisou tratar essa doença.

Foto: Sewcream/Getty Images / Bebe.com

Segundo a ginecologista e obstetra Juliana Schablatura Vera, trata-se de uma inflamação do endométrio (aquela camada que reveste a cavidade interior uterina) que pode ser aguda ou crônica. " Ela é causada pela ascensão de microrganismos [bactérias] provenientes da vagina em direção ao útero (em especial a clamídia e a bactéria causadora da gonorreia). Isso pode acontecer por meio de procedimentos que precisam de acesso à cavidade, como a histeroscopia, por algo irritativo, como o DIU, ou mesmo sem causa definida", explica a médica.

Publicidade

É importante destacar que, embora as palavras sejam semelhantes, a endometrite não tem relação com a endometriose.

Quais são os sintomas da endometrite?

Segundo Juliana, os principais sintomas são " dor pélvica, dor durante as relações sexuais, sangramento vaginal, secreção vaginal com cheiro ruim e febre". Também pode acontecer o chamado "útero amolecido", em caso de parto recente - a ginecologista ressalta que a cesariana aumenta de 10 a 30 vezes o risco de endometrite em relação ao parto vaginal.  

"O diagnóstico é clínico, sendo importante investigar a história da doença, questionando uso de preservativo nas relações sexuais, parto recente, inserção de DIU ou algum procedimento intrauterino, além do exame físico em busca de alguns sinais específicos", detalha a especialista.

-
Foto: Alex Raths/Thinkstock/Getty Images / Bebe.com

Riscos e tratamento da endometrite

Uma vez confirmada a endometrite, o tratamento é feito com antibióticos. Em alguns casos mais graves, pode ser necessária a internação da paciente para administração do medicamento de forma endovenosa. "Também pode ser preciso investigar abscessos ou corpo estranho na cavidade pélvica através da ultrassonografia", acrescenta Juliana.

Publicidade

Vale reforçar que é importante tratar a doença, já que ela pode provocar infertilidade ao causar aderências nas tubas uterinas e até evoluir para sepse (infecção generalizada), apresentando-se de forma grave.

Quais são os grupos mais afetados?

Mulheres na fase reprodutiva e com vida sexual ativa (especialmente de forma desprotegida) tendem a ficar mais expostas à doença. Aquelas que estão vivendo o pós-parto também merecem uma atenção especial, "devido à manipulação da cavidade uterina (por exemplo, no parto cesárea, nos exames de toque vaginal, com possível infecção da bolsa amniótica, entre ouras situações)", finaliza a ginecologista e obstetra.

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações