Seu filho não larga a rede social? Veja como moderar isso

Mas manter as crianças complemente afatadas das redes sociais não é uma opção realista para a maioria dos pais

3 jun 2023 - 06h25
Foto: Adobe Stock

Em maio último, Vivek Murthy, o Cirurgião Geral dos Estados Unidos, autoridade máxima em saúde pública do país, fez um severo alerta sobre o impacto das redes sociais na saúde mental das crianças. "No momento, ainda não temos evidências suficientes para determinar se as redes sociais são suficientemente seguras para crianças e adolescentes", lertou ele.

Murthy defende que a idade de 13 anos é "muito cedo" para as crianças usarem as redes sociais. Seria muito melhor esperar até que elas tenham pelo menos 16 anos, disse ele à CNN.

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Mas manter as crianças complemente afatadas das redes sociais não é uma opção realista. A idade mínima para criar contas em Instagram, TikTok e Snapchat é de 13 anos, mas muitas crianças ainda encontram maneiras de usar os aplicativos para se manterem conectadas com amigos e colegas, sem que seus pais saibam.

Se seu filho está ativamente envolvido com as redes sociais, você deve garantir que ele as esteja utilizando de forma adequada, afirma a Stacy Doumas, Chefe da Divisão de Psiquiatria Infantil e Adolescente do Hackensack Meridian's Jersey Shore University Medical Center, dos Estados Unidos.

"É preciso ter conversas sobre o que está acontecendo nas redes sociais e incentivar comportamentos saudáveis e apropriados para a idade, que envolvam amizades e atividades diferentes que possam ser mais produtivas do que passar tempo online", diz ela.

A própria Doumas recomenda seguir esses quatro passos para orientar melhor sua atividade online.

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1. Descubra para que eles estão usando as redes sociais 

Pode ser útil simplesmente perguntar aos seus filhos quais aplicativos eles estão usando e com quais coisas estão interagindo, diz Doumas. Quando abordar o assunto das atividades online deles, não pergunte apenas se eles estão nas redes sociais ou não. Também é importante saber que tipos de conteúdo estão consumindo, diz Doumas.

Para começar, faça as seguintes perguntas-chave sobre o conteúdo com o qual seus filhos estão envolvidos:

  • • As postagens com as quais você está interagindo são violentas ou sexuais?
  • • Elas envolvem bullying ou assédio online?

Apesar dos seus maiores medos, nem tudo o que seu filho acessa nas redes sociais é negativo. E muitas crianças usam esses sites e aplicativos como uma forma divertida e fácil de se conectar com os amigos.

Mesmo assim, Doumas sugere que os pais estejam cientes de como as redes sociais afetam o comportamento geral da criança: "Está atrapalhando o sono? Está atrapalhando a socialização pessoal ou o tempo em família? Realmente faz diferença se você está consumindo as redes sociais de forma saudável e positiva, ou se pode ter um impacto negativo em você como adolescente", defende ela

2. Crie um plano familiar para o uso das redes sociais

Decida, como família, sobre esses fatores-chave:

  • • A partir de que idade as crianças da sua família podem começar a usar as redes sociais?
  • • Em quais horários do dia o uso das redes sociais é permitido?
  • • Quais são os nossos limites para as redes sociais?

Estabelecer essas regras junto com seus filhos "promove uma comunicação aberta" entre pais e filhos sobre o que é aceitável e o que não é. Esse nível de transparência pode estabelecer uma base sólida para os pais "para que eles saibam o que seus filhos estão fazendo", diz Doumas.

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Cumprir seus próprios limites de uso das redes sociais dará um bom exemplo para seus filhos, acrescenta ela: "Você também quer ter certeza de estar mostrando um bom uso das redes sociais, saudável e apropriado."

3. Eduque seus filhos sobre o que podem ver, mas respeite a privacidade deles

Converse com seus filhos sobre o que eles podem encontrar nos aplicativos que eles usam, diz Doumas. Ao explicar a eles por que certas coisas são inadequadas ou perigosas, eles serão mais propensos a sinalizar quando as encontrarem.

"Você pode ensiná-los a fazer as escolhas certas e também a relatar se virem algo acontecendo que não está certo ―  se eles virem uma criança precisando de ajuda, ou alguém sendo intimidado ou assediado, por exemplo", diz ela.

Tenha em mente que é totalmente aceitável monitorar as contas de mídia social do seu filho, diz Doumas, "desde que você deixe claro para eles que está fazendo isso" para evitar violar sua privacidade.

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"À medida que os adolescentes ficam mais velhos, você quer confiar neles. Você quer dar a eles independência", diz ela. "Mas certifique-se de ter conversas com eles sobre o conteúdo sensível que eles podem ver, para que eles se sintam à vontade para conversar com você sobre isso."

4. Incentive atividades sociais saudáveis fora da internet

Considere a possibilidade de que seu filho esteja recorrendo às redes sociais por longos períodos de tempo porque se sente solitário. Em 2020, a solidão estava aumentando, e os usuários de redes sociais, especialmente a Geração Z, estavam sentindo isso com mais intensidade, de acordo com um estudo da Cigna.

Para ajudar seus filhos a evitar desenvolver uma dependência das redes sociais para conexão, oriente-os a outras atividades para interação social. Aqui estão algumas coisas que você pode fazer, especialmente para os adolescentes, segundo a especialista:

  • • Sugerir fazer planos com os amigos deles;
  • • Conversar sobre quais esportes eles podem se interessar;
  • • Ajudá-los a encontrar um emprego depois da escola.

"Isso não significa vetar as redes sociais, mas incentive-os a sair com os amigos depois da escola e jogar bola", diz Doumas. "Incentive todos esses outros comportamentos saudáveis da adolescência, para que as redes sociais se tornem gradualmente uma parte menor da vida deles."

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Fonte: CNBC Make It

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