A cantora Tays Reis, de 29 anos, usou seu perfil no Instagram para contar aos seguidores que desistiu de levar sua filha Pietra, de 2 anos, para a escola. A cantora disse que deu “meia-volta no carro” quando viu que a pequena, fruto do seu relacionamento com o também cantor Biel, implorava para não ficar na escola.
“Temos 14 dias tentando e nada tá funcionando. Tá sendo muito doloroso. É por isso que não vim aqui ainda postar 'primeiro dia de escola', porque tá tão doloroso que a gente nem quer compartilhar isso. A Pietra tá implorando para não ficar na escola. Ela tá num nível que ela só chora. Não é saudável enfiar a escola goela abaixo. Eu entendo quando os pais não conseguem, mas se a gente consegue ainda manter porque não manter?”, desabafou a artista nas redes sociais.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a idade ideal para uma criança ingressar na escola é a partir dos 4 anos de idade, quando deve ser matriculada na pré-escola. É importante lembrar que essa não é a idade mínima, mas a máxima.
No entanto, a melhor idade para uma criança começar a estudar pode variar de acordo com a situação de cada família e muitas crianças já frequentam creches ou escolinhas bem antes dessa faixa etária.
Choro pode ser pedido de ajuda
Em entrevista ao Terra Você, o psicólogo parental e CEO da Equipe AT, Filipe Colombini, destaca que é importante que os pais conheçam minimamente como a criança se comporta. O choro, a depender da idade e fase de desenvolvimento da criança, é a principal forma de comunicação dela.
“A depender da intensidade, frequência e contexto em que ocorre o choro, pode ser um pedido de ajuda, uma forma de regulação emocional, uma forma de se adaptar ao novo, dentre outras funções”, diz o profissional.
Em casos onde a criança não parece se adaptar, é importante que os pais procurem ajuda profissional e não insistam que a criança continue indo à escola, assim como fez Tays.
“É importante buscar ajuda profissional para se avaliar a necessidade da busca de outras escolas ou pausar temporariamente essa busca para desenvolver habilidades educativas parentais suficientes para uma nova adaptação. Os pais precisam buscar ajuda e não tentarem apenas resolverem sozinhos”, explica o especialista.
Outras evidências precisam ser consideradas
Colombini explica que muitas vezes é importante pedir ajuda profissional para avaliar outros impactos que podem estar ocorrendo com a criança, tais como: desregulação do sono, da alimentação, das idas ao banheiro, das escovação dos dentes, dentre outras rotinas.
Outros fatores importantes para avaliar a adaptação da criança na entrada da escola incluem as mudanças de outros comportamentos, além do choro, a depender de cada padrão comportamental, como isolamento, queixa de dores, agressividade e impaciência.
Alternativas podem ajudar no processo
O psicólogo orienta que pais e educadores façam uma boa avaliação para pensar em formas de facilitar essa adaptação escolar, como por exemplo:
- Permanências dos pais na escola (planejamento de sua entrada/saída gradual);
- Estimular as crianças a conhecerem as outras crianças fora do ambiente escolar;
- Promoção de atividades lúdicas para promover a interação com professores e alunos;
- Comunicação constante com a equipe escolar e os pais dos outros alunos;
- Formação de vínculos com os outros pais fora do ambiente escolar;
- Abordagem sobre a escola a partir de brincadeiras realizadas pelos pais.
“Importante trazer a ida à escola por meio do lúdico (brincadeiras, encenações, leitura de livros infantis, desenhos), além de participar dessa adaptação por meio da inserção/comunicação constante no meio escolar, respeitando a entrada/saída gradual em sala de aula a partir das instruções da própria escola”, indica o especialista.