O azeite extra virgem chileno, apresentado como resultado de "azeitonas saudáveis", com amargor e picância com toques de ervas finas, amêndoas, tomate e até mesmo banana, tem o Brasil como principal importador no mercado latino desde 2014, segundo dados apresentados pela associação ChileOliva.
De acordo com a entidade que reúne os 37 principais produtores de azeite extra virgem chileno, no primeiro semestre deste ano o Brasil foi o principal destino do produto em valor FOB (quando custos como seguro e frete ficam a cargo do comprador), com 35% das exportações, superando os Estados Unidos (32%).
"Acreditamos que a excelente aceitação do azeite se deve às características do produto, que tem baixa acidez, sabores frescos, equilíbrio entre matizes picantes e amargas, além dos benefícios à saúde. No quesito qualidade, estamos bem posicionados no mundo", explicou a gerente geral da ChileOliva, Gabriela Moglia, à Agência Efe.
Em 2014, o Brasil se tornou o destino da maior parte das exportações de azeites chilenos, superando os Estados Unidos, que lideraram o ranking até 2013.
No mundo, o produto ocupa a nona posição em volume de exportações, com menos de 1% do total. O número é considerado significativo para Moglia, já que o azeite chileno compete no ranking com os aclamados espanhóis, italianos e portugueses.
Durante uma masterclass de apresentação e degustação de sete das principais marcas de azeite realizada ontem em um hotel de São Paulo, especialistas mostraram as características sensoriais provenientes do território chileno onde são cultivadas as azeitonas, além de explicar o potencial mercado no Brasil.
Cerca de 70% das oliveiras chilenas são destinadas à produção de azeite extra virgem, e 30% para azeitonas de mesa. Ao todo, são 24 mil hectares de plantações com uma produção de 17 mil toneladas de azeite extra virgem entre os meses de maio e julho.
"A ChileOliva iniciou a campanha com o compromisso de investir na qualidade das exportações para atrair novos públicos e fidelizar os apreciadores do azeite extra virgem. E este foi o primeiro passo para fortalecer os laços comerciais com o Brasil", detalhou Oscar Paez, diretor do ProChile Brasil, escritório responsável pelas atividades comerciais entre os dois países.
Junto com a produção de azeites premiados, o vinho e o cultivo de salmão chileno também são produtos de grande valor promocional no Brasil por meio de eventos realizados com especialistas e representantes do setor.
Exemplo disso foi a renovação da marca Salmon de Chile até 2017 no mês passado, em São Paulo, mostrando a versatilidade gastronômica dos produtos chilenos.
Uma das estratégias da ChileOliva é disponibilizar receitas de doces com azeite, como sorvete e mousse de chocolate para atrair a atenção e o interesse dos consumidores no Brasil em busca de azeite de qualidade, segundo explicou Moglia.