Há milênios, a arte de fermentar uvas e criar vinho é conhecida. Na Era Medieval já existiam vinhedos margeando países europeus, desde Portugal até a Hungria. A história da bebida é tão antiga que aparece desde a Antiguidade Clássica até o Velho Testamento, nas uvas cultivadas por Noé. Há quem diga que ela coincide com a história da nossa própria civilização.
Ao passar de todos esses anos, algumas localidades consolidaram-se na produção da bebida. A francesa Saint-Émilion tornou-se a pioneira ao ser nomeada Patrimônio Mundial pela Unesco, e outras regiões desde então também adquiriram fama, como Itália, Estados Unidos, Chile e Argentina.
No entanto, para os verdadeiros apreciadores de vinho, existem áreas menos exploradas que cativam tanto quanto as mais mainstream. Vamos conhecer quatro delas agora!
1. Região Floral do Cabo, África do Sul
A Região Floral do Cabo, na África do Sul, fascina por sua rica flora, que apesar de cobrir menos de 0,5% do continente, abriga cerca de 9 mil espécies de plantas. No século XVII, os holandeses introduziram o cultivo de uvas, dando origem a cidades como Stellenbosch, Franschhoek e Paarl. Essas localidades são vitais para a Reserva da Biosfera Cape Winelands, produzindo vinhos excepcionais. Visitantes têm a oportunidade de explorar cinco rotas vinícolas e degustar essas delícias africanas.
2. Vale do Alto Médio Reno, Alemanha
A Alemanha também brilha na produção vinícola, especialmente na região do Vale do Alto Médio Reno, que data do século IV. A casta Riesling, predominante na área, resulta em vinhos brancos leves e deliciosos. A cidade de Rüdesheim am Rhein lidera a região, repleta de trilhas para caminhadas e sede do Rüdesheim Wine Festival, evento de cinco dias com vinho, gastronomia e música ao vivo.
3. Ilha do Pico, Açores, Portugal
Na Ilha do Pico, em Açores, Portugal, uma região vinícola emergiu através de imenso esforço, superando a paisagem rochosa de basalto para o plantio de uvas. Agricultores construíram casas, igrejas e adegas a partir do século XV. No século XIX, a indústria viveu seu apogeu, porém doenças devastaram os vinhedos, demandando nova luta dos produtores. Visitantes têm a oportunidade de mergulhar na história vitivinícola, explorar vinhedos ancestrais e conhecer o Museu do Vinho, localizado em um convento do século XVI, onde monges carmelitas dedicavam-se à produção desta preciosidade.
4. Tokaj, Hungria
Nas encostas das montanhas Zemplen, na Hungria, ergue-se uma região vinícola centenária. Dali nasce o renomado Aszú, vinho doce aclamado por Luís XV como o "néctar dos reis". Os produtores húngaros oferecem muito mais, com aproximadamente 40 comunidades vinícolas preservando seu patrimônio. O cenário inclui castelos medievais e fazendas históricas, que abrigam 600 vinicultores. Anualmente, dois eventos ganham destaque: o Festival de Vinhos Tokaj, em abril, quando adegas são abertas ao público, e o Harvest Fest, em outubro, que celebra tradições e sabores da região.