A amamentação é um processo fundamental, tanto para a mãe quanto para o bebê. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno é o melhor alimento infantil, oferecendo os nutrientes necessários e protegendo contra doenças.
Por isso, a orientação é que ele seja exclusivo até os seis meses de vida, iniciando posteriormente uma introdução alimentar complementar saudável e segura. Ainda assim, se indica manter a amamentação até os dois anos de idade ou mais.
O aleitamento materno evita a má nutrição, que durante os estágios iniciais do ciclo de vida pode resultar em prejuízos para o crescimento e desenvolvimento cerebral. Nesse sentido, apesar de essencial, a amamentação nem sempre é um processo fácil. Isso porque existem diversas dificuldades e mitos que podem marcar esse período, tornando-o um desafio para muitas mães.
Erros mais comuns na amamentação
Mesmo parecendo um ato intuitivo, a amamentação possui uma série de técnicas que facilitam o processo. Desse modo, ele passa a ser mais agradável e intensifica o contato e a criação de laços entre a mãe e o bebê. As especialistas Dras. Juliana Ottolia e Carolina Curci dão dicas do que evitar nesse momento.
1. A tal da pega certa
É comum acreditar que, por o bebê estar no peito, ele está mamando. Mas isso nem sempre acontece. A pega correta é a chave do sucesso na amamentação, evitando também dores, rachaduras e estresse.
● É fundamental que o bebê abocanhe a aréola, não só o bico.
● Os lábios devem estar virados para fora, no famoso estilo "peixinho".
● Queixinho encostado no peito e nada de barulho de estalo. Se ouvir, ajuste a pega.
2. Posição na amamentação é tudo
A posição ideal é uma questão pessoal. O importante é dar preferência para o conforto da mãe e do bebê.
● Sente-se confortável, com as costas apoiadas e os pés em um banco ou almofada.
● Alinhe o bebê: barriga com barriga, corpo e pescoço na mesma linha.
● Segure a mama em formato de "C" e ofereça ao bebê sem se curvar.
● Utilize travesseiros para amamentação para auxiliar no processo.
3. Hidratar ou não hidratar, eis a questão
A hidratação da mama é fundamental para o sucesso da amamentação. As especialistas orientam fugir de receitas caseiras, que podem causar infecções e até mesmo queimaduras.
● Pode-se aplicar o próprio leite materno.
● Utilize pomadas de lanolina 100% pura
4. Álcool e nicotina durante a amamentação: nem pensar!
É essencial evitar o uso de álcool e nicotina durante o processo de amamentação.
● Álcool: pode alterar o leite por até 12 horas e trazer impactos cognitivos para o bebê a longo prazo.
● Nicotina: reduz a produção de leite e pode mudar o sabor, afastando o bebê do peito.
5. Adeus, roupas apertadas!
As profissionais explicam que o uso de roupas apertadas podem dificultar o fluxo do leite, causando incômodos.
● Utilize absorventes descartáveis para lidar com o vazamento de leite sem apertar o peito.
6. Bicos artificiais: só se for a última opção
Uma situação comum é lidar com os chamados mamilos planos ou invertidos. Nesses casos, se indica a tentativa de estímulos manuais, evitando os bicos de silicone.
● O uso prolongado pode afetar a respiração, dentição e até a fala do bebê.
● Se for realmente necessário, use com a orientação de um especialista.