Comer bem e se exercitar afasta o surgimento de doenças crônicas

Cardiologista alerta sobre os riscos que o sedentarismo e uma dieta inadequada trazem à saúde. Maus hábitos podem causar diversas doenças

26 out 2022 - 13h07
(atualizado às 14h45)
Comer bem e se exercitar impede o surgimento de doenças crônicas
Comer bem e se exercitar impede o surgimento de doenças crônicas
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O infarto, a diabetes, o acidente vascular cerebral (AVC) e a hipertensão estão entre as principais causas de morte no Brasil. Todas essas são doenças crônicas que, muitas vezes, poderiam ser evitáveis com a adoção de hábitos saudáveis. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades, acrescidas dos diferentes tipos de câncer, são responsáveis por 74% das mortes em todo o mundo. Esse número representa 41 milhões de pessoas a cada ano, das quais 17 milhões morrem antes dos 70 anos.

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Fatores de risco

Em muitos casos, essas doenças estão associadas a hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo e o alcoolismo, por exemplo. "Esses fatores somam o risco da ocorrência de um evento cardiovascular grave", afirma o cardiologista Dr. Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, diretor acadêmico da Escola Brasileira de Medicina (EBRAMED).

A obesidade, e até mesmo o sobrepeso, estão entre os principais fatores de risco. Isso porque eles estão associados ao acúmulo da gordura visceral, que ocorre principalmente na cavidade abdominal, levando a formação de marcadores inflamatórios que se espalham pelo sangue. 

"Por isso, a obesidade está diretamente relacionada ao aparecimento de hipertensão arterial, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio (IAM). Todas as condições que estão listadas como principais causas de mortalidade nos dias de hoje", afirma Cordeiro.

O especialista destaca que a obesidade, por si só, é um fator de risco. No entanto, se associada a outros fatores cardiovasculares, o risco de um infarto do miocárdio ou AVC é aumentado. O médico acrescenta que o controle nutricional (com restrição de gorduras saturadas e carboidratos), junto da prática de exercícios físicos, pode reduzir o risco de eventos cardiovasculares.

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O surgimento de cardiopatias também tem influência da hereditariedade. É comprovado que pacientes com histórico de infarto em parentes de primeiro grau masculino abaixo de 45 anos de idade, ou feminino abaixo de 55 anos, possuem risco aumentado para esse tipo de ocorrência, afirma o cardiologista.

Como afastar as doenças

O especialista recomenda priorizar o exercício aeróbico para perda de peso e melhora da saúde cardiovascular. Já sobre a alimentação balanceada, ele destaca que não basta somente comer de forma mais equilibrada. "Deve haver a preocupação de cortar a gordura saturada, assim como reduzir o consumo de carboidratos e todo e qualquer alimento processado", acrescenta.

O cardiologista reforça que as doenças cardiovasculares são de caráter multifatorial, de forma que não basta buscar resolver um fator de risco, mas manter ativo outro. "Um exemplo é fazer um grande esforço para perder peso, mas manter um hábito de fumar. O controle de fatores de risco modificáveis deve ser feito de forma global", comenta.

"Não podemos modificar coisas como a genética e hereditariedade, mas podemos cuidar simultaneamente da obesidade, da hipertensão, da diabetes, do tabagismo, do etilismo, da ansiedade e outros demais fatores. A doença cardiovascular é, e permanecerá sendo por um bom tempo, a principal causa de mortalidade no mundo moderno, e por isso é tão importante que cuidemos dos fatores de risco para minimizar ao máximo o risco de perda de qualidade de vida", finaliza.

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