Comida ruim mata 57 mil brasileiros e custa R$ 10 bi por ano

4 dez 2024 - 06h55
Resumo
Estudo da ACT Promoção da Saúde mostra que aumento no consumo de ultraprocessados gera custo de R$ 10,4 bilhões à economia brasileira, com 57 mil mortes relacionadas anualmente.
Comida ruim mata 57 mil brasileiros e custa R$ 10 bi por ano
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Um estudo recente da ACT Promoção da Saúde revelou que o aumento no consumo de produtos ultraprocessados está gerando um custo bilionário à economia brasileira, estimado em R$ 10,4 bilhões anualmente. O relatório, lançado em 21 de novembro de 2024, destaca que a maior parte desse montante, cerca de R$ 9,2 bilhões, é atribuída a perdas econômicas decorrentes de mortes prematuras de pessoas em idade produtiva, o que impacta diretamente o mercado de trabalho. 

O estudo também reforça dados anteriores que apontam para aproximadamente 57 mil mortes por ano no Brasil relacionadas a doenças ligadas ao consumo desses produtos, representando cerca de 10,5% das mortes totais no país.

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Os pesquisadores focaram em três doenças principais associadas ao consumo de ultraprocessados: obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão. Embora existam mais de 30 condições catalogadas como decorrentes do consumo desses alimentos, o estudo se concentrou apenas nas mencionadas. 

A pesquisa incluiu dados referentes a adultos acima de 20 anos e considerou gastos apenas do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede de farmácias populares. Isso significa que as estimativas podem ser ainda mais conservadoras, já que não contabilizaram os gastos com tratamentos na saúde suplementar ou os custos associados a trabalhadores informais.

Além dos custos diretos com tratamentos e medicamentos, que somam R$ 933,5 milhões anualmente, o estudo também identificou custos indiretos significativos ligados à mortalidade prematura. 

A pesquisa indica que os homens são mais afetados por essas mortes, representando R$ 6,6 bilhões em perdas econômicas, enquanto as mulheres correspondem a R$ 2,6 bilhões.

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A ACT Promoção da Saúde e outros especialistas enfatizam a urgência de implementar políticas públicas que visem reduzir o consumo de ultraprocessados no Brasil. Sugestões incluem medidas como tributação adequada sobre esses produtos, rotulagem nutricional mais clara e regulação do marketing direcionado a esses alimentos. 

O estudo destaca que a má alimentação não só gera custos diretos ao sistema de saúde, mas também compromete a qualidade de vida da população e aumenta os riscos para doenças crônicas e graves.

Assista ao vídeo com o comentário de André Forastieri.

(*) André Forastieri é jornalista, empreendedor, Top Voice LinkedIn e fundador da plataforma Homework. Se você curtiu esse vídeo e quer receber conteúdos exclusivos, assine sua newsletter aqui, é grátis: andreforastieri.com.br

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