É preciso mesmo cortar o glúten para emagrecer? Entenda

O glúten está frequentemente associado ao ganho de peso e a dietas desbalanceadas. Nutricionista esclarece alguns mitos sobre a proteína.

27 nov 2022 - 15h04
(atualizado em 28/11/2022 às 11h05)
Preciso mesmo cortar o glúten para emagrecer? Entenda
Preciso mesmo cortar o glúten para emagrecer? Entenda
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A crença de que o glúten é um vilão das dietas é muito popular. Tanto que está cada vez mais comum produtos receberem a bandeira #glutenfree no rótulo. Além disso, best sellers e influenciadores também defendem que o consumo de alimentos sem essa proteína contribui para uma vida mais saudável. 

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), o número de pessoas que exclui o glúten da dieta é muito maior do que o número de intolerantes e celíacos. Isso ocorre, possivelmente, em razão de um terceiro grupo de pessoas, que acreditam na relação entre o corte dessa proteína e emagrecimento e melhoria da saúde. No entanto, a ciência mostra que não é bem assim.

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Segundo a Coordenadora de Gastronomia e Nutrição do São Cristóvão Saúde, Cintya Bassi, não há estudos conclusivos que confirmem essa hipótese. "Porém é possível, sim, emagrecer com a exclusão do glúten da dieta. Não porque ele seja vilão, mas porque está presente em alimentos calóricos e frequentemente consumidos com pouco equilíbrio", sinaliza a especialista. São exemplos os alimentos processados e fontes de carboidratos, que proporcionam o ganho de peso e possuem o composto.

E quem não pode mesmo comer glúten?

Fora quem dispensa o consumo de glúten por desejar emagrecer, há quem realmente não pode ingerir a proteína. "Existem os portadores da doença celíaca, que representam aproximadamente 1,4% da população mundial. Nesses pacientes, desencadeiam-se reações no sistema imunológico quando o intestino entra em contato com o glúten. Além deles, há os indivíduos que são intolerantes, uma condição mais leve, mas que está relacionada a desconfortos como inchaço, diarreia, constipação, dores abdominais, fezes com odor forte e dores de cabeça", esclarece.

A especialista destaca ainda o caso dos alérgicos ao glúten. Além de passar longe de alimentos com a proteína, essas pessoas precisam ter atenção a cosméticos que contém o composto em sua fórmula. Isso porque esses produtos trazer efeitos nocivos ao organismo de quem possui sensibilidade ao componente.

Orientação é indispensável

A nutricionista ressalta a importância do acompanhamento profissional para quem precisa ou deseja abolir o glúten. Isso porque um especialista pode ajudar a manter a dieta equilibrada e evitar deficiência de nutrientes. De maneira isolada, o componente não traz benefícios, mas o indivíduo pode sofrer com a falta dos nutrientes dos alimentos nos quais o glúten esteja presente. 

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"A exclusão inclui, por exemplo, os cereais integrais, que são importantes fontes de fibras e outros nutrientes Esses compostos estão associados à manutenção do peso, redução do colesterol e prevenção do câncer de intestino", alerta Cintya. Para substituir o glúten, a nutricionista recomenda outras opções saudáveis, como farinha de arroz, polvilho doce e azedo, farinha de milho, mandioca, trigo-sarraceno e tapioca, por exemplo.

Por fim, a profissional reforça que não existe um único vilão ou nutriente que consiga mudar sua saúde de um dia para o outro. "Lembre-se de que tudo que se come em excesso sobrecarrega o corpo. Como a cultura ocidental é rica na diversidade de pães e bolos, o segredo é manter uma refeição balanceada, alternando o consumo com outros alimentos", finaliza.

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