Fast food mesmo antes da gravidez pode impactar amamentação, diz estudo

Pesquisa aponta para a importância de uma dieta rica em nutrientes já anterior à concepção, tanto para a saúde da mãe quanto do bebê.

6 out 2022 - 13h16
(atualizado às 15h39)

Já se sabe que a alimentação da mãe está ligada à composição de seu leite, mas uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, aponta para uma informação desconhecida até então: a possibilidade de que essa relação se estabeleça antes mesmo de o bebê ser concebido. É isso mesmo: os estudos preliminares indicaram que o consumo regular de alimentos como hambúrguer, batata-frita e refrigerante pode impactar não apenas o leite materno como também a saúde da criança.

Foto: Dimensions/Getty Images / Bebe.com

O estudo, por enquanto, feito apenas com animais, concluiu que o fast food como hábito alimentar mesmo antes da concepção pode aumentar o risco de que mãe e filho desenvolvam, no futuro, doenças como diabetes, problemas cardíacos e derrames.

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"Mulheres com dietas que tendem a ter alto nível de açúcar e gorduras podem não compreender o impacto que isso tem na saúde, principalmente quando não há sinais óbvios no corpo, como ganho de peso", explica Amanda Sferruzzi-Perri, umas das líderes da pesquisa e Professora em Fisiologia Fetal e Placental em Cambridge.

Além disso, os resultados mostraram que a qualidade do leite materno se mostrava mais pobre em ratos cuja mãe teve uma dieta com mais gordura e açúcar. "Nós queríamos entender o que estava acontecendo, porque as mães pareciam bem, elas não estavam acima do peso. Mas o que nós observamos é que, apesar de elas parecerem estar dentro dos parâmetros esperados para a gravidez, elas tinham muito tecido adiposo - gordura - no corpo no início da gestação", descreve a Professora. Essas mães acabaram apresentando gordura no fígado, o que, além de ser perigoso, alterou a formação da placenta.

Ainda segundo Amanda, a nutrição dos fetos foi afetada durante a gestação e, depois do nascimento, foram encontradas significativas alterações na composição do leite.

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Foto: Mehmet Kirkgoz/Pexels / Bebe.com

Mudar agora para resultados futuros

O estudo chama a atenção para a pouca preocupação que mulheres aparentemente saudáveis têm nesse sentido. Quando uma gestante consideravelmente acima do peso é avaliada clinicamente, os profissionais, em geral, preocupam-se com questões relacionadas ao risco de diabetes ou ao crescimento anormal do bebê. Mas grávidas dentro do peso, porém com baixa qualidade alimentar, podem passar despercebidas por esse radar.

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"Nós estamos encontrando cada vez mais informações que evidenciam a importância da dieta materna. O que você come durante anos ou logo antes de engravidar pode ter um considerável impacto no desenvolvimento do bebê", alerta a pesquisadora.

Se não é possível mudar o passado, porém, sempre é tempo de melhorar a alimentação, mesmo que a mulher já esteja grávida ou amamentando. Uma dieta rica em nutrientes poderá fazer toda a diferença na saúde da mãe e do bebê, ainda que os resultados só fiquem evidentes no futuro.

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