A dificuldade para ingerir alimentos, com desconforto e outros sintomas, pode tornar difícil a vital e prazerosa atividade que é comer. Isso ocorre porque a dispepsia, termo médico usado para descrever a condição, provoca problemas diversos como sensação de queimação, náusea, inchaço, vômito, dor abdominal e saciedade precoce.
Quem enfrenta esse quadro deve buscar ajuda médica para investigar o problema adequadamente, afinal as causas da má digestão são diversas e podem ser consequência da alimentação ou até de uma hérnia.
O que causa a indigestão?
- Alimentação inadequada a partir do consumo de alimentos gordurosos, condimentados ou em excesso.
- Refluxo gastroesofágico, que ocorre quando o conteúdo do estômago retorna para o esôfago, gerando sintomas como queimação.
- Estresse e ansiedade.
- Hérnia de hiato, condição em que uma parte do estômago se projeta para o tórax.
- Infecções intestinais, como a gastroenterite.
- Doenças do trato gastrointestinal, como gastrite, úlcera gástrica, pancreatite ou doença do refluxo gastroesofágico.
- Uso de medicamentos que podem irritar a mucosa gástrica.
- Consumo excessivo de álcool e tabaco.
Além disso, a alimentação pobre em vitaminas e minerais também prejudica o organismo. "Pode contribuir com os problemas digestivos, gerando um problema em looping: a desnutrição afeta as células do estômago e as células do estômago afetadas levam a mais desnutrição", explica a nutricionista Patrícia Alves Soares Lara.
Ácido no estômago
A médica destaca ainda outra condição específica que pode provocar a dispepsia: a acloridria. Tal condição se configura pela ausência ou redução significativa da produção de ácido clorídrico no estômago.
"O ácido clorídrico é uma substância produzida pelas células da mucosa gástrica e é essencial para a digestão adequada dos alimentos, pois ajuda a quebrar as proteínas em pedaços menores e a destruir bactérias e outros microorganismos que possam estar presentes nos alimentos", esclarece a nutricionista.
Essa doença pode ser consequência de outras diversas condições médicas, como é o caso da gastrite atrófica, um tipo de inflamação crônica da mucosa gástrica; a doença de Addison, que é hormonal e afeta as glândulas adrenais; e o uso prolongado de medicamentos antiácidos.
Em caso de acloridria, os sintomas costumam ser flatulência, diarreia, perda de apetite, perda de peso, deficiências nutricionais e a abordada indigestão. Para diagnosticá-la, é preciso recorrer a exames específicos de sangue para checar as taxas de vitaminas B12 ou medir o pH gástrico.
O que acontece quando o estômago não faz a digestão?
Especialista em Oxidologia e Bioquímica celular, Patrícia ressalta que a produção de muco é essencial para a proteção da mucosa gástrica. É isso que faz com que o ácido clorídrico e outros componentes digestivos não causem danos ao estômago. Caso contrário, o indivíduo pode sofrer com azia, refluxo gastroesofágico, náuseas, sensação de peso no estômago, diarreia, feridas e úlceras.
O que fazer em caso de má digestão?
Ciente disso, a nutricionista indica quais substâncias ajudam a promover a saúde do sistema digestivo:
- Vegetais verdes folhosos, que são ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais;
- Frutas, que são fontes importantes de vitaminas, minerais e fibras;
- Alimentos ricos em vitamina C;
- Alimentos ricos em fibras;
- Alimentos ricos em ômega-3, presentes em peixes e frutos do mar;
- Probióticos, presentes em alimentos fermentados, como iogurte e kefir;
- Chá de gengibre, pois tem propriedades anti-inflamatórias.