Há anos as pessoas vêm trocando o sal comum refinado pelo famoso sal rosa do Himalaia, com a promessa de que o segundo faz bem para a saúde, regula o açúcar no sangue e a acidez do organismo, além de ajudar na saúde respiratória e cardiovascular. Mas, será que tudo isso é verdade?
Na realidade, todas essas afirmações não possuem nenhum aval científico e, dependendo do que levarmos em consideração, o sal rosa pode ser ainda pior que o sal comum. “Ao analisar a quantidade de sódio, podemos observar que em 1g de sal refinado há 381mg de sódio; e em 1g de sal rosa, 368mg. Ou seja, irrelevante! Além disso, a diferença de nutrientes é desprezível, e como o sal rosa acaba sendo utilizado em maior quantidade, tem o efeito oposto de ser mais saudável” explica a nutricionista Ingrid Krichinak.
O sódio que existe na composição do sal é associado a diversos problemas de saúde, como cálculo renal, hipertensão arterial, problemas cardiovasculares, entre outros. E o “sal da moda” não possui níveis mais baixos que o comum, assim, pode causar os mesmos tipos de complicações para o nosso corpo.
A nutricionista atribui o sucesso do sal rosa do Himalaiai a um modismo e ainda alerta para outro problema: o preço que você vai pagar por ele, já que ele custa o triplo do sal refinado. “Não possui nenhum bom custo benefício”, afirma.
A grande diferença entre um tipo e outro, é que o sal rosa contém outros minerais que lhe fornecem essa cor rosa, como por exemplo o ferro, porém, esses minerais não são significativos e não causam grandes mudanças à nossa saúde. Por isso, como a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que se faça o consumo máximo de 5 gramas de sal por dia (uma colher de café), devemos respeitá-la tanto ao consumir o sal de mesa, quanto ao consumir o sal do Himalaia.
Há alguns elementos neste sal da moda, inclusive, que são abrasivos e não assimiláveis pelo organismo humano, como por exemplo sílica inorgânica, que é prejudicial à nossa saúde.
Além disso, a nutricionista alerta, “este é um sal que não contém iodo, então é arriscado para a saúde, porque o sal iodado serve justamente para combater o bócio (aumento do volume da glândula tireóide). E a gente não tem fontes de iodo na alimentação, então, acaba sendo através do sal de cozinha que conseguimos essa fonte de iodo tão importante”, diz.
Outro ponto importante a ser considerado é que existe um número alarmante de falsificação do sal rosa, há diversos conteúdos em portais e sites que ensinam como identificar se este sal é verdadeiro ou se ele foi tingido para se passar pelo sal do Himalaia. O produto falsificado geralmente possui uma cor mais forte e não tem tanta umidade quanto o original.
“É necessário ficar alerta a essa questão de impurezas também, não tem como sabermos de onde eles retiraram esse sal. Então, se você está buscando aumentar o consumo de vitaminas, minerais e melhorar sua saúde, comece pelo básico: consuma mais frutas, legumes e verduras”, aconselha Ingrid.