É comum esquecermos um pacote de pão na cozinha e, quando a bate a fome, nos depararmos com o alimento apresentando em algumas partes mofo (conjunto de fungos, que apresenta uma aparência de manchas esverdeadas, pretas ou de outras cores). Mas afinal, dá para aproveitar a "parte boa" do pão e comê-la?
Degusta ouviu a médica nutróloga Isolda Prado. diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, que explica os riscos de ingerir o alimento mesmo que visivelmente ele apresente partes sem mofo.
"Comer a 'parte limpa' de um pão mofado pode não ser a melhor ideia, pois o mofo muitas vezes envia raízes microscópicas e esporos em todo o pão, mesmo que a parte visível pareça limpa. Além disso, pode expor a ingestão de micotoxinas, que são substâncias tóxicas produzidas por alguns tipos de mofo. Dependendo do tipo de mofo e da quantidade consumida, isso pode levar a problemas de saúde", explica.
Quais são os riscos para a saúde?
Segundo a médica, os prejuízos para a saúde de consumir o alimento mofado podem variar dependendo do tipo de mofo e da sensibilidade individual. "Os sintomas podem incluir desde desconforto gastrointestinal leve até reações alérgicas mais graves em pessoas sensíveis. Em casos graves, a exposição a micotoxinas pode causar problemas de fígado e rins", diz.
A profissional ressalta ainda que certos alimentos são deliberadamente maturados com mofo para desenvolver sabores específicos. "Queijos, como o Roquefort, o Gorgonzola e o Camembert, são exemplos de alimentos onde o conjunto de fungos é uma parte essencial do processo de maturação. No entanto, esses fungos são específicos e controlados para garantir que sejam seguros para consumo".
A diferença chave é que, em alimentos maturados com fungos, são usados processos seguros e controlados, enquanto em alimentos que estragam devido ao mofo, pode haver tipos indesejados e potencialmente perigosos destes elementos. "Portanto, para o consumo, o ideal é descartar alimentos mofados e somente utilizar produtos maturados com fontes confiáveis para garantir a segurança", conlui a nutróloga.