A primavera chegou há alguns dias, elevando as temperaturas por todo o país. A onda de calor parece terido embora, mas a expectativa é que os termômetros se mantenham acima do comum para a estação. Nesse contexto, uma alimentação equilibrada e hidratação adequada são fundamentais.
De acordo com a professora de Nutrição do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Karina Dantas Coelho, uma alimentação que prioriza alimentos in natura e minimamente processados como frutas, verduras, legumes, cereais, feijões e carnes magras se apresenta como uma boa estratégia.
Quais alimentos consumir durante a primavera?
A mestre em Nutrição Humana Aplicada, afirma que não há uma lista específica ou fechada de alimentos. "Mas, para ajudar os consumidores em suas escolhas, podemos mencionar os quadros e tabelas de safra dos alimentos", diz a profissional.
Essas tabelas podem ser encontradas nos sites de companhias de abastecimento como, por exemplo, o CEAGESP, e ajudam os consumidores a buscarem os alimentos da época/safra, que geralmente apresentam um preço mais atrativo.
Exemplos de alimentos que têm safra nos meses de outubro, novembro e dezembro são: abacate breda (aquele menor), abacaxi pérola, acerola, amora, banana prata, caju, kiwi nacional, laranja pera, batata doce, pepino, abobrinha, tomate caqui, brócolis, couve, couve-flor, folha de uva, rabanete.
"É importante lembrar que os alimentos citados são apenas alguns exemplos. Não precisamos nos basear em uma lista de alimentos específicos para adquirir os nutrientes necessários para a manutenção da saúde, pois podemos aproveitar a diversidade de hortaliças disponíveis e que sejam mais acessíveis", justifica a nutricionista.
De olho no rótulo
São diversos os benefícios de melhorar a alimentação, priorizando o equilíbrio e a variedade de nutrientes. Conforme a docente, uma dieta rica em alimentos in natura e minimamente processados pode combater os radicais livres e manter a saúde, graças aos compostos bioativos e à fibra alimentar. "A escolha de alimentos também deve ser guiada pela leitura atenta dos rótulos dos alimentos industrializados", orienta Karina.
Por outro lado, devemos consumir em menor quantidade e frequência alimentos ricos em gordura saturada, sódio e açúcar. "Em outubro de 2020 houve a atualização da legislação de rotulagem e temos mais informações para ajudar os consumidores em suas escolhas. A leitura cuidadosa dos rótulos pode ajudar nessas escolhas", afirma a profissional. Segundo ela, as seguintes informações devem ser consideradas:
Evitar alimentos que contêm mais de 6 g de gordura saturada em 100 g de produto.
Evitar alimentos que contêm mais de 15g de açúcar adicionado em 100 g de produto. Verificar na lista de ingredientes se há açúcar, açúcar invertido, xarope de glicose ou outro tipo de xarope. Caso esses ingredientes estejam na lista, melhor procurar outro produto.
Evitar alimentos que contém 600 mg de sódio em 100 g de produto.
Alimentação saudável na prática
Karina reforça que não adianta listar o que comer e o que evitar. Isso porque o ideal é aumentar a quantidade e frequência de alimentos in natura e reduzir a quantidade e frequência de alimentos ultraprocessados (ricos em açúcar, gordura saturada e sódio). Além disso, fazer as refeições num ambiente tranquilo, perceber os sinais de fome e fazer escolhas alimentares conscientes.
"O consumo de frutas, verduras e legumes deve ser feito pelo prazer de apreciar o sabor e textura desses alimentos e cada pessoa tem as suas preferências. A hidratação também é muito importante, principalmente para os dias de muito calor que se aproximam", finaliza a nutricionista.