Recentemente a Dinamarca proibiu a venda e consumo de um macarrão instantâneo, tipo miojo, de uma empresa sul-coreana. O produto também é vendido no Brasil na internet e em lojas coreanas. Segundo autoridades de saúde dinamarquesas, o 'miojo' picante oferece risco de "intoxicação aguda" aos consumidores devido à alta concentração de capsaicina - um componente da pimenta.
O aumenta no consumo entre crianças e os adultos com a saúde fragilizada, pode ser ainda mais perigoso, segundo a vigilância de saúde do país. Eles podem apresentar sintomas como queimação e desconforto, náuseas, vômitos e pressão alta.
Quais são os riscos do consumo da capsaicina?
Degusta ouviu o médico Durval Ribas Filho, nutrólogo e Presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) para entender os riscos dessa substância à saúde. A capsaicina é o principal componente picante das pimentas. Está presente na placenta e nas sementes e, em menor grau, no pericarpo do fruto.
Isso inclui, principalmente, a pimenta vermelha, jalapeños e habaneros. Segundo o profissional, os dados epidemiológicos ainda são conflitantes, pois alguns estudos mostram que a capsaicina pode atuar como carcinógeno (pode causar câncer) ou como agente preventivo do câncer.
"Portanto, o risco está na dose e na sensibilidade da pessoa. Um estudo de longo prazo, relacionado a aplicação tópica crônica de capsaicina em camundongos, aumentou a carcinogênese e, por isso, é importante ter cautela ao usar aplicações tópicas contendo capsaicina e, principalmente, na presença da luz solar.", explica.
A capsaicina causa a sensação de queimação ao entrar em contato com as mucosas e, também, aumenta a secreção de suco gástrico. "Pessoas que, eventualmente, tenham gastrite, duodenite, esofagite, úlcera péptica, devem evitar efetivamente a sua ingestão", completa.
Além de estar presente nas pimentas vermelhas, a capsaicina também é encontrada no pimentão, no Gengibre, no açafrão-da-terra e na páprica.
O consumo, no geral, de macarrões instantâneos, tipo miojo, apresentam quais riscos mais a saúde devido ao tempero ter mais sal em sua composição. Segundo o nutrólogo, ao adicionar capsaicina, e principalmente em grande concentração, o efeito benéfico eventual da substância, em doses baixas relacionadas a redução da inflamação, aumento da termogênese e sensação de prazer, tem um efeito adverso que pode realmente ser prejudicial à saúde humana.
"Pode favorecer a irritação gástrica, dor em queimação no estômago e, eventualmente, conforme a sensibilidade de cada pessoa, predispor a tumorigênese. O uso contínuo, mais que duas vezes por semana, certamente poderá contribuir para efeitos adversos", opina o médico.