Sabe qual é o segredo de beleza e saúde da Yasmin Brunet? Sementes de maconha. A revelação da modelo causou certa polêmica, mas ela logo esclareceu a situação em seu Twitter: “seria a semente de cânhamo ou hemp ou maconha. É a semente própria para comer e, sim, ela tem milhões de benefícios, muita proteína, óleos. Não contém nada de THC (substância alucinógena da maconha), qualquer um pode consumir”. Nutricionistas e endocrinologistas confirmam os benefícios, mas a semente de maconha não pode ser comercializada no Brasil.
“A semente de cânhamo é malvista por ser associada à maconha. Tanto o cânhamo quanto a maconha provêm da mesma espécie, a Cannabis sativa, porém o cânhamo é colhido de uma subespécie que não possui propriedades psicoativas”, esclareceu a nutricionista Andrea Santa Rosa Garcia. “É consumida com frequência em forma de sementes torradas na Índia e China, e recentemente foi liberada nos Estados Unidos”, acrescentou o endocrinologista Pedro Assed, pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares da PUC-Rio-IEDE.
O produto contém grande quantidade de fibras, aminoácidos e ácidos graxos essenciais, como ômega 3 e ômega 6. “Os ácidos graxos beneficiam o corpo em muitos aspectos, mas dois deles são evidentes: as células e o cérebro. Protegem as membranas celulares e mantêm o fluído celular, importante para a beleza da pele saudável e a cicatrização de feridas. O cérebro também é constituído por 60% de gordura, sendo que mais de 1/3 são ácidos graxos. Consequentemente, a qualidade das gorduras é importante para uma função apropriada do cérebro”, explicou Assed.
A semente ainda previne e contribui para o tratamento de doenças cardiovasculares, turbina o sistema imunológico, é antioxidante e melhora o funcionamento intestinal, como listou a nutricionista Kátia Tonello Semmelmann, da Salutem – Nutrição e Bem Estar. Por ser rica em fibras, tem potencial de ajudar no emagrecimento e pode substituir a linhaça e a chia, lembrou Assed. Também contribui para a melhora da elasticidade e firmeza da pele, devido aos aminoácidos essenciais, informou a nutricionista Andrea.
Indicação
Segundo o endocrinologista Assed, o consumo do óleo e das sementes de cânhamo é ideal para pessoas com baixo nível de ácidos graxos essenciais e também para atletas e crianças. “É ainda particularmente valiosa à população vegetariana e vegana, que encontra no cânhamo uma fonte completa de proteínas”, ressaltou. Não há contraindicação, como mencionou a nutricionista Andrea, mas as gestantes devem consultar o médico antes de investir no produto.
Consumo
Em países em que é liberada, a semente de cânhamo inteira (com casca) é uma boa pedida para ser torrada e pode ser consumida nos lanches, segundo a nutricionista Kátia. A descascada é ideal para polvilhar em massas, saladas, arroz ou para enfeitar sobremesas. “Pode ser usada em forma de farinha e ainda transformada em leite de cânhamo. O óleo pode ser utilizado no lugar do azeite, para temperar as saladas, possui sabor suave e agradável. Produtos já produzidos com cânhamo incluem cereais, waffles, tofu, creme, óleos, bolos, suplementos em pó, cereais orgânicos e até mesmo sorvete”, listou.
Ainda segundo a nutricionista, o uso deve ser moderado, como o de qualquer semente. Isso porque acelera o trânsito intestinal e é rica em gordura, o que faz com que o excesso possa causar desconforto abdominal e diarreia. Por isso, a quantidade e horários adequados devem ser estipulados por médico ou nutricionista.
Comercialização
O produto não é comercializado no Brasil porque a Cannabis sativa está na “lista de plantas proscritas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas”, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Nos EUA existem para vender em supermercados whey de hemp, leite de hemp e semente de hemp”, escreveu Yasmin Brunet em seu Twitter.
Prevenção e tratamento de dependentes químicos
Aprenda sobre a dependência, conheça os principais tipos de drogas e saiba como trabalhar em prevenção e tratamento. Curso certificado pelo MEC!