Britânico come apenas alimentos ultraprocessados durante 1 mês e conta o que aconteceu

Médico narra experiência no livro 'Gente ultraprocessada'

5 set 2024 - 11h57
Consumo em excesso de alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde
Consumo em excesso de alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde
Foto: Freepik

O médico britânico Van Tulleken decidiu fazer um experimento e consumir apenas alimentos ultraprocessados durantes um mês. Cético em relação à hipótese formulada pelo brasileiro Carlos Monteiro, que associava o consumo excessivo destes produtos ao crescimento de doenças crônicas, ele decidiu fazer um experimento pessoal e narrá-lo no livro "Gente Ultraprocessada". 

 "Nós nos arriscamos nesse experimento enquanto os benefícios ficam nas mãos dos donos das empresas que produzem AUPs, e os resultados são amplamente escondidos de nós — exceto os efeitos em nossa saúde", narra ele em um dos trechos. 

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Os alimentos ultraprocessados são formulações de ingredientes que a indústria alimentícia utiliza contendo pouco ou nenhum alimento intacto. Uma maneira bem fácil de identificar um produto ultraprocessado é ler o rótulo. Assim, certamente você irá encontrar ao menos um desses itens: 

  • Frutose, xarope de milho, maltodextrina, dextrose, óleos;
  • Hidrogenados ou interesterificados, caseína e glúten, alguns exemplos típicos de substâncias alimentares que raramente usamos na cozinha doméstica. 
Capa do livro 'Gente ultraprocessada: por que comemos coisas que não são comida, e por que não conseguimos parar de comê-las'
Foto: Reprodução

A publicação conta a história de como a Classificação NOVA, desenvolvida por Carlos Monteiro e o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), ganhou reconhecimento mundial e se tornou uma ferramenta fundamental para entender os problemas do sistema alimentar atual. Professor na University College de Londres e especialista em doenças infecciosas, Van Tulleken explora os aspectos sociais, econômicos e políticos que envolvem a produção e o consumo de alimentos ultraprocessados.

“Minha proposta é de que, durante a leitura deste livro, você continue o experimento de comer ultraprocessados, mas que o faça por você, não pelas empresas que os fabricam. Posso lhe contar sobre os ultraprocessados, mas as coisas em si serão seu maior professor. Apenas ao consumi-los você irá entender sua verdadeira natureza. Sei disso porque eu mesmo fiz o experimento”, diz o autor.

O livro também revela os mecanismos utilizados pela indústria alimentícia para criar produtos altamente viciantes, com o uso de aditivos químicos, que são nocivos à saúde. O médico desvenda os segredos da formulação desses alimentos e alerta para os riscos à saúde associados ao seu consumo excessivo.

“Gente Ultraprocessada” convida os leitores a refletirem sobre os hábitos alimentares da população. Ao compartilhar sua experiência pessoal, Van Tulleken incentiva as pessoas a questionarem suas escolhas e a buscar uma alimentação mais saudável e sustentável.

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