Nem todo azeite é bom. Pelo contrário, é o segundo alimento mais fraudado do mundo e, para especialistas, a maioria dos azeites que chega às gôndolas do supermercado não é de boa qualidade -- como já ficou claro no teste de Paladar.
"Mofo e umidade estão nos azeites de supermercado e isso dificulta, para o consumidor, a busca pelo azeite bom", explica Chania Chagas, consultora de azeites de oliva e sócia do Empório do Azeite. Então como escolher um bom azeite para o dia a dia?
Tudo deve começar pela embalagem. Primeiramente, a embalagem precisa ser escura para evitar a incidência de luz no produto. "É o maior inimigo do azeite, mais do que o oxigênio", explica Chania. Ela também esclarece que a embalagem precisa ser de bom tamanho para que seja consumida em até dois meses -- se achar que é muito, melhor ir pelo caminho de comprar uma garrafa menor. Senão, o azeite começa a ficar rançoso.
"Os azeites de qualidade vão apresentar intensidade, como o frutado e a natureza, serão amargos, que é uma qualidade e não um defeito do azeite, e também o picante, que indica presença de polifenóis. O equilíbrio do amargo, do picante e do frutado vão garantir a qualidade do azeite", complementa Isabel Kasper, sobre a importância do sabor do azeite.
E Chania Chagas, pra finalizar, explica um dos grandes mitos ao redor da busca pelo azeite perfeito: você não vai encontrar acidez no bom azeite.
"É importante não escolher o azeite pela acidez. Ela é imperceptível ao paladar. É um PH neutro. Muitas vezes, o consumidor pede um sabor de azeitona. Mas aquela azeitona de mesa passa meses em um processo de salmoura para ser comestível. Portanto, um azeite de sabor azeitona de mesa tem um sabor fermentado. Não é extravirgem", diz ela, dando a dica final para a compra do azeite.