Conheça o hotel que criou e tem mais de cem receitas de bloody mary

Coquetel à base de suco de tomate temperado é assinatura da St. Regis, rede de hotelaria de luxo

10 out 2024 - 08h19

Tomate maduro, suco de limão, molho inglês e de pimenta, pimenta-do-reino e caiena moída na hora, sal de aipo e a melhor vodca possível. Além de mascarar o álcool, o tomate atribui um ar saudável ao Bloody Mary - daí a fama de ser o melhor coquetel para ressaca. Pelo menos é o que sempre reivindicou o escritor Ernest Hemingway.

Encanto, o bloody mary do St. Regis Bahía Beach, em Porto Rico
Encanto, o bloody mary do St. Regis Bahía Beach, em Porto Rico
Foto: St. Regis Bahía Beach

As primeiras receitas deste clássico, Fernand Petiot improvisou no Harry's New York Bar, em Paris. No entanto, foi só em 1934, no recém-inagurado King Cole Bar, no The St. Regis New York, que o bartender finalizou sua criação. Para não chocar o elegante público que recorria ao seu balcão, ele rebatizou o drink como Red Snapper.

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Afinal, Maria Sangrenta, Ensaguentada ou Sanguinolenta não soavam bem aos ouvidos da elite novaiorquina. Há quem diga que o autêntico Snapper levava gim, mas ninguém discute que foi a primeira bebida a ter como guarnição um talo de aipo!

Noventa anos depois, as receitas evoluíram e o St. Regis, por sua vez, não é mais um hotel de Nova York, é uma rede com 59 propriedades de luxo, não só na cidade americana. Tem St. Regis em Florença, Doha, Hong Kong, Istambul, Cairo, Osaka, Mumbai, Moscou...

Cada um tem pelo menos uma versão de bloody, de snapper, de sangrita... Na mencionada Florença, o Bloody Brunello, por exemplo. troca a vodca por grappa (destilado feito com uvas da mesma região do Brunello di Montalcino), soma um toque de mel de acácia e substitui o salsão por alecrim.

Em Bangcoc, o Siam Mary traz wasabi, coentro e capim-limão; em Xangai, o Jing Mary leva mel de jasmim-do-imperador e rodela de laranja; em Abu Dhabi, o Desert Snapper é feito com vodca de limão e tem nota de zaatar e azeite; no Cairo há o perfume e a acidez do hibisco.

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Na porto-riquenha Río Grande, no St. Regis Bahia Beach, pedir um Encanto (apelido da ilha de Porto Rico) é provar um suco de tomate fresco, mas encorpado, que ganha calor com uma pimentinha local. Na borda do copo highball, chips de banana-da-terra, levemente adocicados, provocam um agradável contraste.

Enquanto serve o equilibrado drink, o bartender Orlando aproveita para dar uma aula: "O St. Regis usa sete ou oito tipos de copo para seus bloodies. Há inclusive um copo que se chama Bloody Mary, que também é para drinks longos como o que usamos. Agora, tem hotel que usa taça de margarita, de champanhe...".

A assinatura de cada hotel está no conjunto das escolhas: os tomates, o copo, o acréscimo de ingredientes locais, o blend de temperos, a guarnição, a técnica (bater, mexer, coar, resfriar) e indispensavelmente um serviço personalizado. Orlando comprova.

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