Um estudo publicado na revista científica BMJ Medicine traz uma boa notícia para os amantes de café! A pesquisa aponta que os níveis de cafeína no sangue podem afetar na quantidade de gordura corporal e reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
"Concentrações plasmáticas de cafeína mais elevadas, geneticamente previstas, foram associadas a um menor risco de diabetes tipo 2. Estima-se que aproximadamente metade do efeito da cafeína no risco de diabetes tipo 2 seja mediado pela redução do IMC", disseram os pesquisadores.
Foram coletados dados genéticos de 10 mil pessoas focados nas variações em genes específicos ou próximos a eles, que estão associados à velocidade com que a cafeína é decomposta.
"Ensaios pequenos e de curto prazo demonstraram que a ingestão de cafeína resulta na redução do peso e da massa gorda, mas os efeitos a longo prazo da ingestão de cafeína são desconhecidos", explicaram os cientistas.
A pesquisa indica que a cafeína pode influenciar positivamente o metabolismo, aumentando a queima de gordura. No entanto, estudos futuros são essenciais para confirmar essa associação.
Limite diário de consumo de café
A tolerância à cafeína é variável em cada pessoa, conforme a idade, altura, peso e hábitos de consumo diário da bebida e restrições médicas. "É importante não contabilizar apenas a cafeína do café, mas do consumo geral, incluindo as fontes de cafeína de outros alimentos", disse o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, em entrevista recente ao Terra Degusta.
O tipo de café também faz diferença: o expresso é mais concentrado. Para um adulto saudável, com cerca de 70 kg, o limite recomendado é de 300 a 400 miligramas, como dose diária de cafeína, segundo a European Food Safe Authority. Para os mais sensíveis à cafeína, não se deve ultrapassar o consumo de 200mg/dia.
Riscos do consumo exagerado
Apesar dos benefícios para saúde, o consumo de café deve ser moderado. A cafeína contribui com várias funções do nosso organismo, mas não é 100% inofensiva.
"É um estimulante do sistema nervoso central, que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do nosso corpo, de forma positiva ou negativa, dependendo da dose ingerida", diz o médico.
A substância não está apenas na xícara de café, mas faz parte da composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola; bebidas energéticas; chás verde, mate e preto; chocolate; suplementos alimentares para treinar e até remédios, além da própria cafeína como um suplemento em pó.
"Por isso, o excesso de cafeína pode desencadear irritação, ansiedade, nervosismo, agitação e arritmias. A qualidade do sono pode ser afetada, com crises de insônia, prejudiciais à qualidade de vida e regulação do metabolismo", conclui.
O profissional diz que, em casos mais graves e raros pode se chegar a uma overdose de cafeína com aceleração cardíaca, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar.