O Dia Nacional do Café é comemorado nesta sexta-feira, 24 de maio. O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo. Apesar de oferecer benefícios, o consumo da bebida deve ser moderado, pois o excesso pode ser prejudicial para a saúde.
O Dia Nacional do Café é comemorado nesta sexta-feira (24/5). A bebida é mesmo uma grande paixão dos brasileiros, ajuda a despertar de manhã, dá energia, disposição e melhora a concentração. Mas o consumo deve ser moderado, já que o exagero pode ser prejudical para a saúde.
Segundo dados divulgados pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café – somos o segundo maior consumidor de café no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Por aqui, entre novembro de 2022 a outubro de 2023, foram consumidos 6,40 kg/ano de café cru e 5,12 kg/ano de torrado e moído.
O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia - explica que os cafés não são iguais. A composição de cada tipo depende da maneira como a planta foi cultivada, as alterações durante o processo de fabricação e até mesmo o modo que a bebida é preparada e servida.
“Reconhecida por contribuir com várias funções do nosso organismo, a cafeína - principal substância do café não é 100% inofensiva. É um estimulante do sistema nervoso central, que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do nosso corpo, de forma positiva ou negativa, dependendo da dose ingerida", alerta.
A substância não está apenas na xícara de café, mas faz parte da composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola; bebidas energéticas; chás verde, mate e preto; chocolate; suplementos alimentares para treinar e até remédios, além da própria cafeína como um suplemento em pó.
O médico destaca que além da cafeína, o café é rico em antioxidantes, substâncias químicas que ajudam a proteger nossas células. "São minerais, vitaminas e flavonoides, importantes na circulação sanguínea. Os ácidos clorogênicos, por exemplo, são responsáveis por parte da atividade antioxidante da bebida, com potencial ação antibacteriana, antiviral e anti-hipertensiva".
Além disso, a bebida auxilia o cérebro na liberação de estimulantes naturais, como a adrenalina (hormônio relacionado com a disposição e euforia) e a dopamina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, que está associada com a motivação.
"Das evidências científicas sobre os efeitos fisiológicos do café, e talvez o mais conhecido, é o ganho de energia extra, um aumento da disposição que ocorre graças à cafeína, alcaloide estimulante para o sistema nervoso central e, por isso, capaz de combater aquela sensação de fadiga, após um dia muito exaustivo de estudos ou trabalho", explica o médico.
Café sem exagero
Apesar dos benefícios para saúde, o consumo de café deve ser moderado. "O excesso de cafeína pode desencadear irritação, ansiedade, nervosismo, agitação e arritmias. A qualidade do sono pode ser afetada, com crises de insônia, prejudiciais à qualidade de vida e regulação do metabolismo", explica o nutrólogo.
Em casos mais graves e raros pode se chegar a uma overdose de cafeína com aceleração cardíaca, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar.
A tolerância à cafeína é variável em cada pessoa, conforme a idade, altura, peso e hábitos de consumo diário da bebida.
"É importante não contabilizar apenas a cafeína do café, mas do consumo geral, incluindo as fontes de cafeína de outros alimentos. Para um adulto saudável, com cerca de 70 kg, de 300 a 400 miligramas, como dose diária de cafeína, segundo a European Food Safe Authority", conclui Durval Filho.