Durante a gravidez, é fundamental que as mulheres cuidem da sua saúde e adotem uma alimentação equilibrada para o bem-estar do bebê em desenvolvimento e dela própria. Entre as muitas dúvidas que surgem nesse período especial, uma delas é se as grávidas podem consumir peixe cru, como sushi ou sashimi.
A preocupação com o consumo de peixe cru
O consumo de peixe cru tem se tornado cada vez mais popular em diversas culturas ao redor do mundo, especialmente através de pratos como sushi e sashimi. No entanto, quando se trata de grávidas, é importante levar em consideração certos fatores relacionados à segurança alimentar.
“As grávidas precisam prestar muita atenção durante as primeiras semanas, principalmente até a 12ª semana, que é quando está acontecendo a formação principal dos órgãos do bebê. O ideal é evitar alimentos crus, não só peixes, mas carnes em geral, por conta da chance de adquirir doenças, como a toxoplasmose”, explica a médica Isabela Cassandre.
Risco de contaminação:
O principal motivo pelo qual as grávidas são aconselhadas a evitar o consumo de peixe cru é o risco de contaminação por bactérias, vírus ou parasitas que podem estar presentes em peixes crus. Esses microrganismos podem causar intoxicação alimentar e representam um risco maior para as mulheres grávidas, devido às mudanças no sistema imunológico durante a gestação.
Toxoplasmose:
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, que pode ser encontrado em carnes cruas ou mal cozidas, incluindo o peixe cru. Embora seja uma doença geralmente leve para adultos saudáveis, a toxoplasmose pode ser grave para o feto, causando problemas de saúde e até mesmo defeitos congênitos. Por essa razão, as grávidas devem evitar alimentos que possam conter o parasita.
Teor de mercúrio:
Outro fator a ser considerado é o teor de mercúrio presente em certos tipos de peixe. O mercúrio é um metal pesado que pode ser tóxico para o sistema nervoso em desenvolvimento do feto. Peixes predadores de grande porte, como o atum, podem conter níveis mais elevados de mercúrio. Portanto, é importante que as grávidas escolham opções de peixes com baixo teor de mercúrio e que sejam cozidos adequadamente.
Apesar dos riscos que a carne crua e a carne de peixe oferecem, a médica também alerta as gestantes devem se atentar a procedência de todos os alimentos para evitar doenças, como por exemplo saladas mal lavadas.
“Em resumo, o ideal é que a gestante evite comer peixe cru, principalmente nas primeiras semanas de gestação, mas pode sim comer, tendo a certeza de que o lugar é confiável e os alimentos tem boa procedência”, finaliza a médica.
Alternativas seguras para grávidas
Embora o consumo de peixe cru seja desaconselhado para grávidas, existem opções seguras para garantir a ingestão de ácidos graxos ômega-3 essenciais durante a gravidez. Algumas alternativas incluem:
- Peixe cozido: Opte por peixes cozidos adequadamente para eliminar possíveis patógenos. Certifique-se de que o peixe atinja uma temperatura interna segura de pelo menos 63°C. Peixes cozidos, como salmão, truta, tilápia e sardinha, são opções seguras e nutritivas.
- Peixes enlatados: Peixes enlatados, como atum enlatado em água, sardinha e salmão enlatados, são alternativas seguras ao consumo de peixe cru. Eles são convenientes e podem ser incluídos em saladas, sanduíches ou pratos cozidos.
- Outras fontes de ômega-3: Se você estiver preocupada com a ingestão adequada de ômega-3 durante a gravidez, considere outras fontes seguras, como nozes, sementes de linhaça moídas e óleo de linhaça. Consulte o seu médico ou nutricionista para obter orientações sobre a quantidade adequada desses alimentos.
- Vegetais e legumes: Para obter os nutrientes essenciais durante a gravidez, inclua uma variedade de legumes e vegetais frescos em sua dieta. Essas opções são ricas em vitaminas, minerais e fibras, contribuindo para uma alimentação saudável.
Lembre-se, se você está grávida, procure um médico e um nutricionista para acompanhar sua alimentação durante o período de gestação, bem como a sua saúde e a do bebê.