Festa junina é algo que permeia a vida de praticamente todos os brasileiros. A grande maioria de nós guarda desde a infância lembranças deliciosas de fantasias, rostos pintados, quadrilhas, fogueiras e mesas repletas de quitutes. De norte a sul do país, das escolas de ensino fundamental às quermesses, não tem como discordar: festa de São João é a cara do Brasil. Mas mesmo fazendo parte tão integrante de nossa cultura, a verdade é que a festa junina não é brasileira.
Ficou surpreso com a informação? Não se preocupe, você não está sozinho. O espanto é comum, garante o professor de gastronomia da Anhembi Morumbi, Dawilson Fonte, que nos contou tudo sobre a história da festa junina.
Na verdade, segundo pesquisas, o início desta história se dá em Portugal e na Espanha ainda no século XVI, sendo incorporada a nossa cultura só depois que esses países colonizaram nossa região.
Inicialmente, a festa que nasceu para celebrar São João era chamada de joanina. Com o passar dos anos, o nome foi alterado para festa junina, pois era (e ainda é) celebrada no mês de junho. Outra grande mudança é que antes, a festança tinha motivos religiosos, e hoje, as referências são mais fortemente ligadas a símbolos típicos das zonas rurais.
Por conta dessa crescente associação com as zonas rurais, foram chegando não apenas as quadrilhas, mas também as típicas comidas de festa junina brasileira. "Como os Padres Jesuítas estavam à frente da festa em seu início, utilizavam as comidas das culturas indígenas e caipiras, entre elas, milho, farinha de mandioca e da goma de mandioca. Ainda adicionaram especiarias, como a canela, o cravo-da-índia e a erva-doce", explicou o especialista.
Claro que esses elementos principais foram se transformando nas delícias que conhecemos hoje, como canjica, pamonha, pé-de-moleque, curau, milho cozido, quentão e vinho quente. Já deu água na boca por aí? Então que tal conferir nossa lista de receitas de São João? São todas fáceis e, com certeza, capazes de deixar qualquer festa junina ainda mais deliciosa.