O caminho do chá: aprenda a apreciar a bebida no dia a dia

Entenda a filosofia japonesa do chá com Telma Shiraishi, chef do Aizomê, que compartilha dicas práticas para apreciá-lo

20 set 2024 - 15h48
(atualizado às 15h48)
A chef Telma Shiraishi, proprietária do resturante japonês Aizomê.
A chef Telma Shiraishi, proprietária do resturante japonês Aizomê.
Foto: Reprodução/Instagram/@vagossensationgourmet

Originalmente restrito à nobreza, o chá começou como uma prática sofisticada e, ao longo do tempo, se espalhou por diversas classes sociais, influenciando tanto a gastronomia quanto o estilo de vida japonês.

Em entrevista ao Paladar, a chef Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê e Embaixadora da gastronomia japonesa pelo Governo Japonês, destaca a profunda relação entre a tradição do chá no Japão e a evolução da culinária japonesa.

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A chef explica que, ao iniciar sua jornada na culinária japonesa, compreendeu a importância do "caminho", um conceito que permeia não apenas o chá, mas todas as artes marciais e expressões culturais do país. Esse entendimento é fundamental para desenvolver a disciplina e a dedicação necessárias na cozinha, refletindo as técnicas e a filosofia que guiam a culinária.

Quando falamos em xícaras ou utensílios para chá, a tradição japonesa se destaca por sua estética única, refinada ao longo dos séculos, especialmente pela influência da cerimônia do chá. O isolamento geográfico do Japão favoreceu o desenvolvimento de uma identidade própria, onde o minimalismo, ou o conceito de wabi-sabi, valoriza a beleza na imperfeição e nas marcas naturais deixadas pelo tempo. Para os japoneses, a perfeição ostentosa não é o objetivo; a natureza, em sua simplicidade, é onde reside a verdadeira beleza.

Essa filosofia está presente até nos utensílios usados para servir o chá. As xícaras da cerimônia do chá, por exemplo, podem parecer rústicas aos olhos ocidentais, mas são peças únicas, com a marca do artesão, que refletem a imperfeição natural e o toque humano. A valorização da simplicidade se torna evidente nesses objetos, onde "menos é mais", e a beleza está nos detalhes, que muitas vezes passam despercebidos.

Para a chef, essa estética simples e contemplativa também se reflete no ato de apreciar o chá em casa. Não é preciso seguir um ritual formal ou uma cerimônia elaborada para aproveitar uma boa xícara. Essa simplicidade faz parte da filosofia japonesa, onde até os momentos do dia a dia podem ser valorizados. O chá pode ser integrado à rotina de forma simples e descomplicada. Os chás verdes, em especial, são conhecidos por suas propriedades benéficas à saúde, ricos em antioxidantes e preparados para preservar as características naturais da folha.

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Como preparar uma boa xícara de chá?

Na hora de preparar um bom chá verde, Telma Shiraishi explica que tudo depende do gosto de cada pessoa. Ela sugere escolher uma xícara de sua preferência e seguir as instruções do produtor quanto à quantidade de folhas e à temperatura da água. Idealmente, a água não deve estar fervendo; é melhor deixá-la esfriar um pouco antes de servir. Para Telma, o preparo do chá não segue regras rígidas, sendo um momento pessoal e flexível, onde cada um pode encontrar a forma que mais lhe agrada.

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