Seu filho dá muito trabalho para comer feijão? Se for salada, então, nem pensar. Brócolis? Apenas um sonho! A introdução alimentar para crianças é um projeto familiar que tem ganhado força, mas que precisa de bastante atenção e carinho na hora de colocar em prática.
A nutricionista Daniela Marchioreto, especializada em transtornos alimentares e comportamento alimentar, conversou com o Terra sobre o tema e deu algumas dicas de como introduzir no dia a dia uma rotina alimentar mais saudável. Quer logo um segredo? Você, responsável pela criança, tem que dar o primeiro passo!
Criança tem que se sujar!
Antes de mais nada, a nutricionista alerta que a criança precisa explorar novos alimentos e que isso envolve sujeira e brincadeira com a comida. “É muito importante deixar que a criança se familiarize com os alimentos no tempo dela. Legumes e verduras são especialmente mais desafiadores pois são mais fibrosos e muitas vezes mais amargos”, explica.
Ofereça mais de uma vez
Daniela aponta que, como temos uma preferência inata por sabores mais adocicados, é preciso oferecer o mesmo alimento várias vezes para que a criança o incorpore na rotina alimentar.
Seja um exemplo
Quando uma criança nasce, é natural que tudo ao seu redor se transforme, inclusive a alimentação. Aproveite o momento de introdução para aprender junto e dar exemplo.
“É importante que a criança tenha o modelo dos pais e cuidadores na hora das refeições. Não adianta exigir que a criança coma alimentos nutricionalmente saudáveis quando os adultos do sistema que ela vive comem na maior parte do tempo ultraprocessados”, afirma a especialista.
De olho no contexto
Segundo Daniela Marchioreto, a alimentação saudável não envolve apenas o aspecto nutricional, mas também o emocional e o social. Por isso, é preciso analisar o contexto no qual o alimento está inserido para entender quão saudável ele é. A médica dá um exemplo: “Se pensarmos em alface, dificilmente alguém pensará que não é saudável, mas adicionando esse mesmo alimento em uma festa na qual todos comem bolo e brigadeiro, não podemos dizer que é saudável, pois os aspectos emocional e de pertencimento não estão englobados”.