Influenciadores e transmissões de videogame estão mudando o consumo alimentar de crianças

Pesquisadores da Universidade de Liverpool chegaram à conclusão de que os anúncios de comida e bebida online tendem a fazer com que os mais novos prefiram os ultraprocessados; entenda

16 jul 2024 - 16h59
(atualizado em 18/7/2024 às 01h20)
Modo de consumo dos jovens está sendo influenciado por anúncios de comida calórica
Modo de consumo dos jovens está sendo influenciado por anúncios de comida calórica
Foto: Canva Equipes/Yuliya Furman / Bons Fluidos

Uma nova pesquisa, apresentada no Congresso Europeu de Obesidade, mostra que propagandas de comida e bebida exibidas durante transmissões online de jogos de videogame e vídeos realizados por influenciadores digitais estão mudando o modo de consumo de crianças e jovens. Veja mais detalhes segundo o que foi divulgado pela Agência Einstein.

O estudo sobre o modo de consumo

Apesar de os estudos serem observacionais - ou seja, não se pode estabelecer uma relação direta de causa e efeito - os pesquisadores da Universidade de Liverpool notaram que os mais novos têm, cada vez mais, preferido esses alimentos mais calóricos, quando aparecem em anúncios.

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Primeiramente, para chegar à essa conclusão, os cientistas analisaram 52 horas de vídeos de influenciadores. Com isso, constataram que 70,7% do conteúdo aborda alimentos ricos em gordura, açúcar e sal. Ressaltaram também que muitas vezes, não há um aviso explícito afirmando que aquilo trata-se de uma publicidade.

Ademais, para obterem um desfecho ainda mais certeiro, fizeram um questionário com 490 jovens com 16 anos em média. Nele, repararam que havia uma relação entre a lembrança dos anúncios e posturas favoráveis em relação a este tipo de alimento.

Confiança nos influenciadores

Para a nutricionista do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, Giuliana Mondenezi"os resultados são relevantes, pois esse é um público muito vulnerável a esse tipo de propaganda. Crianças que veem esses anúncios têm uma certa confiança nos influenciadores, o que vai promover que vejam isso de forma positiva, ficando mais sujeitas a consumir esses produtos".

"É preciso proteger essas crianças e jovens pensando em aspectos como políticas públicas, trabalho de educação nutricional em escolas e vigilância dos pais e responsáveis, que devem ter maior controle e segurança do que os filhos assistem", finaliza a especialista.

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