Com a vida corrida, fazer as refeições de forma rápida, mexendo no celular ou assistindo a alguma coisa se tornou cada vez mais comum – e o hábito fica tão arraigado ao dia a dia, que acabamos fazendo isso mesmo quando temos tempo disponível. A questão é que, além de não ser bom para nossa saúde, acaba passando o exemplo para os pequenos, que desde cedo tendem a imitar os adultos. Sem falar nas vezes em que recorremos às telas para dar aquela "mãozinha" e distrair a criança quando ela não está com muita vontade de comer.
"O problema é que se alimentar fazendo outra coisa virou regra. A gente está no piloto automático, não mastiga direito e nem sente o sabor da comida", alerta Luiza Bittencourt, pós-graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC e instrutora sênior de mindfulness, no talk 'Reeducação Alimentar: um workshop de mindful eating', que aconteceu na Casa Clã. O painel também contou com a participação da médica nutróloga Marcela Garcez, mestre em Ciências da Saúde pela PUC.
Dra. Marcela Garcez, Larissa Serpa e Luiza Bittencourt em 'Reeducação alimentar: um workshop de mindful eating', na Casa Clã: "O mindful eating está dentro do minfdfulness. É a ideia de dar atenção plena à alimentação e de ouvir mais o seu corpo", explica Luiza. Mas, afinal, será que dá para ensinar essa prática aos pequenos? Ela garante que sim, e dá 3 dicas de como fazer isso:
1. Deixe que a criança tenha contato com os alimentos
Pegar, cheirar, sentir. Tudo fica mais familiar quando a gente conhece de perto, não é mesmo? "Incentivar que ela olhe a comida, sinta o cheiro, que pegue com a mão, sinta a textura... Tudo nesse processo de estar mais conectada", orienta Luiza. Uma boa forma de colocar essa dica em prática é convidar os filhos para a cozinha e propor que eles ajudem naquilo que cada faixa etária é capaz (com segurança e supervisão, claro). Lavar as frutas e cortar folhas de verdura com as mãos são ótimos exemplos!
2. Incentive que ela observe o próprio corpo – e procure respeitar
É comum que os adultos estabeleçam o momento de comer sem perguntar ao filho se ele está com fome. Certamente, os pequenos precisam ingerir nutrientes para garantir o crescimento e bom desenvolvimento do corpo, mas é importante que eles tenham consciência do processo de alimentação. Luiza orienta a criar o costume de perguntar à criança "com quanto de fome você está?" e a dar atenção a quando ela fala que está satisfeita. "A criança avisa quando está saciada e quer parar de comer. A gente que, muitas vezes, insiste para 'limpar o prato', mas ela tem consciência do corpo dela", afirma.
3. Dê as condições para uma refeição atenta
Embora as telas apareçam de vez em quando como um recurso na correria do dia a dia, é importantíssimo que isso não seja regra. "É melhor evitar essas distrações", pontua Luiza. Por isso, também, o melhor é fazer as refeições à mesa, de modo que o pequeno observe o próprio prato e esteja atento ao ato de se alimentar. Outra dica é que os próprios adultos evitem o celular na hora da refeição. "Tentar criar esse momento em família, em que você está se conectando, batendo papo. Também vale soltar o talher, respirar, terminar de mastigar antes da próxima garfada. Às vezes ela acaba de comer sem nem perceber se está distraída", alerta.
Casa Clã
A Casa Clã foi um evento promovido por Bebê, CLAUDIA, Boa Forma e Elástica, e reuniu uma série de convidadas mulheres muito especiais para celebrar e discutir assuntos do universo feminino.
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