Se no Nordeste a tapioca sempre foi a favorita do café-da-manhã e do lanchinho da tarde, em outras regiões do país ela foi conquistando espaço nos últimos 20 anos. Hoje é difícil encontrar alguém que não se renda à textura macia da goma de mandioca aquecida e recheada com sabores variados.
Tapioca vai bem com ovo mexido, com queijos dos mais variados tipos, com carnes refogadas. Também vale como sobremesa, deliciosamente agarradinha a um bom doce de leite, creme de avelãs, leite condensado com lascas de coco fresco por cima, quem resiste?
A massa de tapioca pronta, vendida no supermercado, também vira crepioca quando bem misturada a ovos batidos e uma pitadinha de sal. Come-se como panqueca, com ou sem complementos. Mas uma porção de geleia ou queijo acompanham gloriosamente essa versão...
Para o time de adoradores da iguaria que tem como base polvilho doce (algumas versões são incrementadas com um pouco de polvilho azedo), de origem indígena, extraído a partir da massa de mandioca, ela entra como opção ao pãozinho francês na hora do café. Para outros, é simplesmente mais uma delícia a ser adicionada ao cardápio diário.
Houve um tempo em que as pessoas viajavam para o Nordeste e traziam tapioca na mala de viagem. Não tinha muita opção por aqui não. Em outras regiões do país, demorou virar trivial preparar uma tapioquinha na frigideira comum ou na panela própria para essa finalidade.
Muita gente se pergunta se faz diferença usar uma tapioqueira. E faz, viu? A peça de ferro, com um círculo côncavo nas beiradas e o relevo desenhado no fundo rendem uma tapioca perfeitamente cozida e linda de se ver. Come-se com os olhos também, certo?
De olhos bem abertos
Para este teste, Paladar convidou os chefs Paulo Soares, responsável pela cadeira de gastronomia brasileira da Le Cordon Bleu; Lucas Tosta, da Padoca do Mani do Shopping Iguatemi; Ale Sotero, chef de confeitaria e panificação do restaurante Mocotó, e Rodrigo Isaias, cozinheiro responsável no restaurante Benedita Cozinha.
Um time de jurados que se esmerou nos detalhes. A degustação foi realizada às cegas, como de hábito, e eles começaram a análise dos produtos pela textura do produto na embalagem. Depois, foram para o fogão preparar as tapiocas em frigideiras iguais e com a mesma quantidade de massa pronta. Nesse caso, sete colheres de sopa para cada porção.
Os critérios de avaliação foram: textura do produto no pacote, performance da massa pronta para tapioca na frigideira, além de aroma, sabor e aparência da tapioca pronta.
No vídeo que acompanha este texto você confere os bastidores do teste. Abaixo, o ranking com as três marcas campeãs e a lista completa das marcas avaliadas, em ordem alfabética, com as considerações dos jurados.
As melhores marcas de tapioca do supermercado
- PRIMEIRO LUGAR - TAEQ
- SEGUDO LUGAR - BEIJU BOM
- TERCEIRO LUGAR - DA TERRINHA
As 12 marcas na avaliação dos jurados listadas em ordem alfabética
- AMAFIL (R$ 14, pacote com 500 g) O sabor levemente amargo não conquistou o nosso júri. Textura e aroma foram considerados bons. Entrou na lista das gomas que mais deram trabalho na hora do preparo da tapioca.
- AKIO (R$ 8,90, pacote com 500 g) Os jurados não gostaram do sabor da tapioca pronta, que apresentou um resultado visual interessante. Alguns jurados acharam que o produto rendeu uma tapioca excessivamente seca e quebradiça.
- BEIJU BOM (R$ 8,80, pacote com 500 g) A vice campeã neste ranking de Paladar engomou bem e rendeu uma tapioca bonita e de sabor suave e levemente ácido, perfeito para receber recheios variados.
- CAIÇARA (R$ 10, pacote com 1 kg) Uma tapioca de aroma suave, sabor e textura avaliados com bons. O visual da tapioca pronta não agradou.
- DA TERRINHA (R$ 7,50, pacote com 500 g) A nossa terceira colocada foi avaliada como um produto de visual bonito, aroma suave, boa textura e sabor delicado. Também foi muito fácil de preparar.
- DELÍCIA DO NORDESTE (R$ 7, pacote com 500 g) A tapioca deixou a desejar na aparência depois de pronta e foi mais difícil de preparar em comparação com as demais. Os jurados classificaram o aroma como muito forte. O sabor mais ácido e neutro não atrapalham na hora de rechear a tapioca.
- GARLIC FOODS (R$ 12,90, pacote com 500 g) Rendeu uma tapioca bonita e de boa textura. O sabor foi avaliado com neutro demais.
- MANI (R$ 13,50, pacote com 500 g) O produto rendeu uma tapioca de aroma delicado, de sabor mais ácido em comparação às demais tapiocas e de boa textura.
- PRECIOSO (R$ 6, pacote com 500 g) Apesar da aparência agradar aos olhos, rendeu uma tapioca um pouco ressecada e com muitos grumos. O aroma ácido não agradou a maioria dos jurados.
- SABOR DA BAHIA (R$ 7,50, pacote com 500 g) A tapioca pronta apresentou sabor e aroma suaves, mas ficou um pouco ressecada ao final do processo de cozimento.
- TAEQ (R$ 7,49, pacote com 500 g) A marca campeã deste teste Paladar rendeu uma tapioca de sabor neutro, bem equilibrado, segundo os jurados, e com muitos atributos positivos em relação a aroma, textura e facilidade de preparo.
- YOKI (R$ 9,79, pacote com 500 g) Os jurados classificaram a tapioca como levemente amarga e menos hidratada do que o desejável. A textura do produto no pacote foi bem avaliada.