Alex Atala está há oito anos na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, premiação organizada pela revista Restaurant. Ele também aparece em sexto lugar na lista dos 50 melhores do mundo, pela mesma revista, uma espécie de ‘Oscar’ da gastronomia. Porém, mais do que integrar as listas, suas apostas sobre novos nomes também são bastante aguardadas – a palavra de um dos homens mais influentes do mundo pela revista Time tem mesmo poder.
No próximo mês de setembro, a revista anuncia os vencedores da América Latina e, desta vez, Atala acredita que o chef Alberto Landgraf, nascido em Maringá, no Paraná, pode ganhar destaque. “É um menino muito jovem, um restaurante que só tem dois anos, então é precoce fazer qualquer exercício de futurologia. Mas o Alberto tem muita condição de estar presente e bem colocado nos próximos anos”, afirmou sobre o chef, que há dois anos comanda o restaurante Epice, na capital paulista.
Novos países em foco
Alex acredita que o “eixo” Brasil-Peru tem ficado muito em foco nos últimos anos, mas a tendência é que esta atenção se distribua entre outros polos gastronômicos. “Acho que os 50 melhores da América Latina vêm com surpresas. Fala-se bastante do Peru, do México e do Brasil. Eu tenho apostado muito em outros destinos. Acho que uma das coisas legais deste evento é que ele vai jogar luz para quem está sem luz ainda”.
Para ele, o evento tem o papel de revelar novos nomes. “Até hoje o mundo viu a América Latina como Alex Atala e Gastón Acurio. As grandes referências de gastronomia no mundo não são referências por terem um ou dois chefs bons, é por terem muitos chefs bons. Isso é a primeira coisa que a gente vai ver acontecer. Já começou, mas vai ser quebrada de vez essa hegemonia, essa polaridade do Brasil, do Peru, do Alex e do Gastón”.
Alex disse ainda que nesta edição espera ver outros países que estão “internacionalmente muito apagadinhos” ganharem luz. “Acho que a Argentina pode surpreender, tem boas coisas; acho que o Chile deve sair, talvez não com um grande número de restaurantes, mas alguns bons colocados. Vi bons trabalhos no Chile ultimamente. A Venezuela e Colômbia podem ser surpresinhas, acho que tem chefs muito competentes, acho que pode rolar uma coisa bacana”, observou.