O sanduíche bauru, ícone da culinária paulista, acaba de receber um título ainda mais especial: patrimônio cultural imaterial da cidade de Bauru, no interior de São Paulo. A decisão, publicada no Diário Oficial do Município, garante a proteção da receita original do lanche que conquistou paladares por todo o Brasil.
A história do lanche começou com um bauruense em São Paulo (SP), na década de 1930. O radialista Casemiro Pinto Neto, conhecido pelos amigos como Bauru, pediu o lanche pela primeira vez no famoso Ponto Chic, em São Paulo e a receita não vinha com picles. Ele sugeriu que fosse preparado um sanduíche diferente com o pão francês aberto e tivesse o miolo retirado e viesse recheado com queijo derretido, rosbife e tomate.
Depois disso, ele foi batizado de bauru e rapidamente se espalhou pela cidade e se tornou o carro-chefe do cardápio do Ponto Chic.
O picles só foi acrescentado bem depois, em 1950, quando o sanduíche já havia se popularizado na cidade. Nos anos 90, a cidade de Bauru oficializou a receita original do sanduíche com a Lei Municipal 4314, sancionada em 1998, que registrou o bauru como produto típico da cidade.
A receita original considerada o patrimônio é feita com:
- Pão francês, sem o miolo na metade superior;
- Fatias de rosbife com sal;
- Tomate em rodelas, com orégano;
- Queijo amarelo derretido na água;
- Picles.
Desde 2018, o bauru já é considerado patrimônio cultural imaterial do estado de São Paulo e ele foi incluído como patrimônio de Bauru no Diário Oficial da cidade no último dia 31 de outubro.
Esse registro oficial permite que, mesmo com as variações de ingredientes, a receita original se mantenha preservada. Além disso, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Bauru e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecon) emitem um certificado que atesta que determinado estabelecimento comercial ou evento prepare o lanche seguindo a receita original.